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Serotonina, conhecida como o hormônio do prazer e da felicidade, tem impacto na fadiga

Estudos sugerem que alterações nos níveis da substância no organismo interferem no desempenho esportivo

A sensação de cansaço ou a fadiga, como é mais comumente referida, é um processo bastante complexo. Na realidade, esta situação está presente e aparece como um problema a ser enfrentado tanto para o indivíduo de vida comum quanto para os atletas de elite ou praticantes de atividade física. Por se tratar de um assunto de grande complexidade e, portanto, de difícil entendimento, tem merecido ultimamente várias abordagens científicas, e foi o assunto central de um recente Simpósio de Medicina Esportiva.

Cientificamente, hoje se considera existir dois tipos diferentes de fadiga: central e periférica. A fadiga periférica é mais fácil de ser caracterizada. O termo periférico tem relação direta com o efetor dos movimentos, ou seja, os músculos. A fadiga periférica seria, portanto, um prejuízo ou mesmo uma falência dos processos responsáveis pela produção de energia pelos músculos. Esta situação aparece em consequência de uma solicitação exagerada; ou seja, um desequilíbrio entre o que os músculos são capazes de produzir em termos de trabalho físico e a solicitação que é imposta a ele. Este é o chamado cansaço muscular, que pode ser tanto agudo quanto crônico.

Por outro lado, o conceito de fadiga central é mais complexo e de mais difícil entendimento. Sua origem decorre de uma modificação da química cerebral. Dentre as substâncias que tem sido associadas com a sensação de fadiga central, existe uma que parece ter um papel preponderante. A serotonina, um dos chamados “mediadores químicos” do cérebro, é a substância que melhor se relaciona com a fadiga central. Alguns trabalhos científicos mostram que seu aumento ou a sua diminuição durante um exercício prolongado precipitam ou retardam a fadiga. Especialmente sua diminuição, que pode ter impacto na precipitação da fadiga central. A manipulação nutricional da produção de serotonina durante o exercício retarda a fadiga e melhora a performance.

As situações em que a fadiga central aparece antes da fadiga periférica são mais comuns do que se pode pensar. A falta de disposição para fazer exercício ou um desempenho físico abaixo do esperado para o atleta altamente treinado são exemplos típicos dessa situação.

O melhor entendimento deste processo irá, sem dúvida, contribuir significativamente tanto para melhorar o rendimento dos atletas quanto para proporcionar uma melhor disposição física para o indivíduo de vida comum.

Por: Gerseli Angeli e Turibio Barros — Orlando, EUA

Fonte: Mestre em ortopedia e traumatologia pela Santa Casa de São Paulo. Especialista e delegada regional do Comitê de Traumatologia esportiva, médica assistente do grupo de traumatologia da Santa Casa de São Paulo e da Sociedade Brasileira de Futebol Feminino e membro da Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva (Foto: EuAtleta)

Transcrito: https://globoesporte.globo.com/eu-atleta/nutricao/post/2019/08/22/serotonina-conhecida-como-o-hormonio-do-prazer-e-da-felicidade-tem-impacto-na-fadiga.ghtml

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