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Mudança de hábitos

Tratar obesidade é fundamental contra tipo de insuficiência cardíaca

Insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada: diabetes, hipertensão e sedentarismo também são fatores de risco para a doença que afeta cerca de 32 milhões de pessoas no mundo e é um desafio para a medicina. Entenda causas, sintomas, prevenção e tratamento

A insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEp) é uma doença que afeta aproximadamente três milhões de pessoas nos EUA e até 32 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados de um estudo publicado no The Journal of the American Medical Association (JAMA) em março. Pacientes com ICFEP são hospitalizados cerca anualmente e apresentam taxa de mortalidade anual de aproximadamente 15%. Estamos falando de uma doença de grande mortalidade e que representa hoje um grande desafio para cardiologia.

Importante explicar que fração de ejeção é uma medida ecocardiográfica, que calcula a porcentagem através da obtenção de imagem e medida aferida do ventrículo esquerdo levando em consideração o seu bombeamento. É considerada normal a cima de 50% e reduzida abaixo de 40%. Na insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada, esse percentual é de 50% ou mais no momento do diagnóstico.

Causas

Os fatores de risco para a doença incluem:

Foto: Reprodução/Internet

– Obesidade

– Hipertensão

– Diabetes

– Dislipidemia

– Idade avançada

– Sedentarismo

– O sexo feminino é mais suscetível

Algumas possíveis causas específicas da síndrome clínica insuficiência cardíaca com fração de ejeção normal devem ser identificadas e tratadas, como doença valvular, doença infiltrativa ou pericárdica.

Prevenção

Exercícios físicos e alimentação equilibrada são remédios contra a insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada — Foto: Reprodução/Internet

Tendo em vista os fatores de risco, a doença pode ser evitada com a sua prevenção, que implica em uma vida ativa e mais regrada no ponto de vista físico e alimentar. Ou seja, a atividade física regular é uma forma de prevenção da doença, assim como a alimentação equilibrada, além de outros bons hábitos, como sono de qualidade, não fumar e não beber.

Sintomas

Aproximadamente 65% dos pacientes apresentam como grande sintoma a dispneia, ou seja, a falta de ar. A radiografia de tórax, ecocardiografia e o exame físico podem apresentar evidências de congestão pulmonar ou não. Os estudos apontam que aproximadamente 35% dos pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada citam dispneia “inexplicável” aos esforços, o que significa que não apresentam sinais físicos, radiográficos ou ecocardiográficos claros de insuficiência cardíaca. Esses pacientes têm pressões atriais elevadas com exercício, conforme medido com teste de estresse hemodinâmico invasivo ou estimado com teste de estresse com ecocardiograma.

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Diagnóstico

Nos pacientes que apresentam dispneia inexplicável, utilizamos o escore H2FPEF, um sistema de pontuação que incorpora variáveis clínicas (idade, hipertensão, obesidade, fibrilação atrial) e parâmetros ecocardiográficos em repouso (pressão sistólica da artéria pulmonar estimada ou pressão atrial esquerda) para auxiliar no diagnóstico. Há faixas de pontuação para cada alteração que vão de 0 a 9, e um escore maior que 5 indica mais de 95% de probabilidade da doença.

Tratamento

A terapia farmacológica de primeira linha consiste em inibidores de SGLT2, um tipo de medicamento para tratamento do diabetes tipo 2, também usado para o tratamento de insuficiência cardíaca e doença renal crônica, como dapagliflozina ou empagliflozina, remédios que reduziram a hospitalização por insuficiência cardíaca ou morte cardiovascular em aproximadamente 20% em comparação com placebo em estudos clínicos.

O treinamento físico (exercícios) e a perda de peso induzida por dieta produziram aumentos clinicamente significativos na capacidade funcional e na qualidade de vida de pacientes em estudos.

Diuréticos (normalmente diuréticos de alça, como furosemida ou torsemida) devem ser prescritos para pacientes com congestão evidente para melhorar os sintomas. A educação no autocuidado da insuficiência cardíaca, com adesão a medicamentos e restrições alimentares e monitoramento de sintomas e sinais vitais, por exemplo, pode ajudar a evitar a descompensação da doença.

O exercício físico, associado a dieta e perda de peso, é fundamental para melhorar qualidade de vida, ganhar aptidão física e finalmente diminuir mortalidade, com a terapia medicamentosa sendo de grande importância para conter sintomas.

Por: Mateus Freitas Teixeira – Rio de Janeiro

Fonte: Mateus Freitas Teixeira, Cardiologista do Vasco da Gama, é diretor da Sociedade de Medicina do Exercício e do Esporte do Rio de Janeiro e coordenador médico da Clínica Fit Center

Transcrito: https://ge.globo.com/eu-atleta/saude/post/2023/04/12/tratar-obesidade-e-fundamental-contra-tipo-de-insuficiencia-cardiaca.ghtml

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