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Estudo identifica benefícios cardiovasculares no consumo de derivados lácteos integrais

Assunto polêmico em dietas, consumir duas ou mais porções de produtos por dia está associado a taxas mais baixas de doenças e mortalidade

Apesar de ser um assunto polêmico nas dietas, principalmente pelo alto índice de industrialização, por serem fontes de alergias e intolerâncias, um estudo recente sinalizou que derivados lácteos integrais podem diminuir os níveis de mortalidade em geral e diminuir os riscos de doenças cardiovasculares.

O famoso estudo PURE (estudo de Epidemiologia Rural Urbana da População), que avalia diversos pontos relacionados a alimentação, analisou mais de 136.000 adultos em 21 países, seguindo os participantes por uma média de 9 anos. Identificou que consumir duas ou mais porções de produtos lácteos integrais por dia está associado a taxas mais baixas de doenças cardiovasculares e mortalidade, em comparação com o menor consumo de produtos lácteos ou o consumo de produtos lácteos com baixo teor de gordura.

Em comparação com uma dieta livre de produtos lácteos, o consumo de duas ou mais porções de laticínios integrais por dia foi associado a reduções significativas nos riscos para eventos cardiovasculares e mortalidade total combinadas. O risco de acidente vascular cerebral foi mais de duas vezes maior em indivíduos que não consomem produtos lácteos.

As doenças cardiovasculares hoje, são a principal causa de mortalidade em nível mundial, chegando a 80% em países de baixa e media renda. Muitas diretrizes dietéticas recomendam a diminuição no consumo de derivados lácteos integrais pois os níveis de gordura saturada teoricamente poderiam aumentar o risco de dislipidemias. Mas o que o estudo identificou foi justamente o contrário.

Apesar de muitas controvérsias, laticínios também têm benefícios. Eles contêm uma variedade de compostos potencialmente benéficos, incluindo aminoácidos específicos, gorduras saturadas de cadeia média e ímpar, gorduras trans naturais, vitamina K1 e K2 e cálcio. Alem de serem, no caso dos iogurtes uma rica fonte de probioticos, que também possuem ação comprovada na proteção cardiovascular.

O mais importante e que esses produtos sejam de boa qualidade, melhor ainda se forem obtidos através de produtores locais, pois a industrialização de laticínios acaba prejudicando a saúde, devido a grande quantidade de substancias maléficas que são adicionadas. Para os indivíduos com intolerâncias, os iogurtes são uma boa opção, pois os probioticos diminuem os níveis de lactose. O leite do tipo A2, também apresenta menor risco de desenvolvimento de alergias.

Estudos como esse, trazem informações que precisam ser analisadas em conjunto por diversos profissionais da saúde e nos fazem refletir sobre os radicalismos impostos por algumas dietas da moda.

Referência:

Dehghan, M. et al., Association of dairy intake with cardiovascular disease and mortality in 21 countries from fivecontinents (PURE): a prospective cohort study. Lancet. 2018 Sep 11

Por: Lia Kubelka — Florianópolis


Fonte: Mestre em biotecnologia e doutora em biologia celular e do desenvolvimento com habilitação em genética molecular humana pela UFSC. É membro da American Society of Human Genetics e do Institute for Functional Medicine. Hoje é diretora técnica do Biogenetika, centro de medicina individualizada (Foto: EuAtleta)

Transcrito: https://globoesporte.globo.com/eu-atleta/saude/post/2018/11/15/estudo-identifica-beneficios-cardiovasculares-no-consumo-de-derivados-lacteos-integrais.ghtml

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