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Cor da tampa do azeite significa alguma coisa? Como escolher qual o melhor?

Cor da tampa do azeite significa alguma coisa? Como escolher qual o melhor?

Em grandes supermercados, é comum encontrar uma prateleira inteira de opções de azeites, de marcas, origens e preços variados. Isso porque o brasileiro valoriza o produto, que, além de trazer benefícios à saúde, dá um sabor diferenciado aos alimentos. Mas diante de tantas possibilidades, qual critério seguir na hora da compra?

De acordo com uma postagem no Instagram, feita por uma dermaticista com mais de 700 mil seguidores, uma das possibilidades é verificar a cor da tampa do vidro de azeite. Isso porque, segundo ela, isso indicaria qual seria o melhor uso para ele. Os azeites de tampa vermelha seriam, segundo a publicação, aqueles destinados ao uso em preparos quentes, como frituras. Já os de outras cores seriam destinados a utilização em pratos frios, como saladas.

(Foto:Reprodução/shutterstock)

A informação, entretanto, não pode ser considerada verdadeira, segundo os especialistas ouvidos pelo VivaBem. “Algumas marcas fazem a segmentação do tipo de azeite pela cor do rótulo ou da tampa, mas isso não é um padrão do mercado e não dá para levar isso em consideração na hora de escolher qual azeite comprar ou de que forma o usar”, explica o engenheiro agrônomo Luiz Fernando de Oliveira da Silva, que é coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Olivicultura da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais).

A referência que se deve levar em consideração é que os azeites se diferenciam em tipos, que revelam sua qualidade:

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– Extravirgem: é aquele extraído a partir da primeira prensagem das azeitonas e por isso tem todas as propriedades nutricionais. Também por esse motivo é o mais indicado para o consumo, seja no preparo de refeições, seja na salada.

– Virgem: geralmente é obtido a partir da segunda ou terceira prensagem. Também é aquele azeite que ao passar pela análise química tem acidez entre 0,8 e 2,2. Esse tipo ainda carrega benefícios para a saúde, embora em menor quantidade e qualidade.

– Comum ou refinado: quando as características químicas do azeite ficam fora dos parâmetros de qualidade estabelecidos, ele passa por um processo de refino onde são adicionados um pouco do tipo virgem ou extravirgem. “Esse processo faz o azeite perder todas as propriedades benéficas, todo o aroma e sabor característicos”, destaca Silva.

Como o azeite é classificado

(Foto:Reprodução/Internet)

No Brasil, o azeite é avaliado e classificado segundo três critérios, que foram estabelecidos através de instrução normativa do Ministério da Agricultura:

– Acidez: mede o quão fermentado está o azeite.

– Peróxido: mede o quanto o azeite está oxidado.

– Extinção específica no ultravioleta: mede a oxidação secundária e também a possibilidade de o azeite estar adulterado.

Para ser considerado extravirgem, a acidez do azeite precisa ser de até 0,8%, o peróxido até 20 e a extinção ou delta k, que é o que geralmente vem descrito na embalagem, deve ser menor ou igual a 0,01. Em outros países, além da prova química, o azeite é submetido à degustação sensorial feita por um grupo de provadores.

“A qualidade das azeitonas como matéria-prima, a forma que ela foi transportada e tratada na indústria podem impactar na qualidade do azeite”, diz Silva.

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Outros critérios de escolha e como armazenar

Além de se atentar ao tipo, o consumidor deve preferir os azeites que são armazenados em vidros escuros, já que o produto sofre oxidação na presença de luz. Também por isso, o azeite não deve ser armazenado perto de janelas ou outras fontes de luz e calor. O ideal, inclusive, é armazená-lo em temperaturas de até 12 graus.

A acidez, que vem descrita na embalagem, também deve ser avaliada porque ela determina o tempo de oxidação do produto. “Quanto menor a acidez, menos o azeite vai oxidar e melhor será a qualidade dele”, conta o chef Gustavo Bonfiglio, professor de gastronomia do Senac Bento Gonçalves-RS.

Segundo a nutricionista Deusdelía Teixeira de Almeida, professora aposentada da Escola de Nutrição da UFBA (Universidade Federal da Bahia), a data de validade do produto também deve interferir na escolha. “Às vezes você vê alguns azeites extravirgem em promoção e nem nota que o envase foi feito há muito tempo. Quanto mais novo o azeite, melhor, já que com o tempo e com o calor, ele pode ficar rançoso”, esclarece.

Benefícios do consumo

(Foto:Reprodução/Internet)

Além do apelo gastronômico, o azeite é indicado por ser um alimento funcional, ou seja, que faz bem para a saúde. Ele contém alta concentração de ácido oleico, uma gordura monoinsaturada que ajuda no controle do mau colesterol e no aumento do colesterol bom.

O consumo do azeite também é recomendado pela grande quantidade de fenólicos que ele apresenta. “Os fenólicos são substâncias antioxidantes que protegem o nosso organismo contra a produção de radicais livres, que são moléculas que aceleram o envelhecimento e estão ligadas ao desenvolvimento de doenças”, diz Almeida.

Por ser um lipídio, o azeite deve ser consumido com moderação, sendo indicado de 10 a 20 mililitros por dia, em média.

Por: Gabriele Maciel

Colaboração para o VivaBem

Fonte: Luiz Fernando de Oliveira da Silva,engenheiro agrônomo que é coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Olivicultura da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais)

Gustavo Bonfiglio,chef professor de gastronomia do Senac Bento Gonçalves-RS

Deusdelía Teixeira de Almeida,nutricionista professora aposentada da Escola de Nutrição da UFBA (Universidade Federal da Bahia)

Ministério da Agricultura

Transcrito: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2023/06/26/virgem-extravirgem-o-que-determina-o-azeite-ser-de-qualidade.htm

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