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Anomalias de artérias coronárias causam morte súbita no esporte

Esse problema representa quase 20% de todos os casos, sendo a segunda maior causa em atletas jovens: o médico cardiologista Mateus Freitas Teixeira explica

A morte súbita cardíaca nos atletas é um evento dramático inesperado. O mecanismo subjacente à morte súbita é frequentemente representado por uma taquiarritmia ventricular que surge como complicação de um amplo espectro de doenças cardiovasculares, com curso clínico silencioso ou não.

Portanto, a morte súbita pode representar a manifestação inicial de uma doença cardíaca subjacente e ser uma situação dramática. Para prevenir a morte nos atletas, várias diretrizes nacionais e internacionais propõem protocolos de avaliação pré-participação para identificar indivíduos de alto risco. Por trás das doenças ateroscleróticas, geralmente, nos atletas a cima de 35 anos, outras condições estruturais ou funcionais têm sido relacionadas ao desfecho fatal, como cardiomiopatia hipertrófica, síndrome do QT longo, displasia arritmogênica do ventrículo direito, entre outras.

A arritmia cardíaca muitas vezes acompanha casos de morte súbita de atletas jovens — Foto:Reprodução/Internet

Dentre estas, as anomalias das artérias coronárias representam quase 20% de todos os casos, sendo a segunda maior causa de morte súbita em atletas jovens. Podem ser classificadas em anomalias de origem, curso e término e podem ser isoladas ou associadas a outros defeitos cardíacos congênitos. Alguns deles raramente são sintomáticos. Outros podem prejudicar a função cardíaca, determinando a morte súbita . Alguns outros determinam doenças cardiovasculares secundárias, como risco aumentado de endocardite, doenças valvulares aórticas secundárias, isquemia miocárdica, entre outras. Durante a avaliação, opções diagnósticas e terapêuticas inovadoras têm permitido reconhecer as diferentes anomalias das artérias coronárias, prevenindo a morte prematura em jovens atletas.

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Assim sendo, o primeiro exame de escolha para essa avaliação é o ecocardiograma. Com isso, cabe a nós, que avaliamos atletas, solicitar ao ecocardiografista que se tente determinar as origens da coronária, e obviamente não é fácil. Porém, na suspeita clínica, como síncope de repetição, dor torácica e dispneia, associadas à isquemia miocárdica em testes funcionais, podemos e devemos aprofundar a investigação com angiotomografia de coronária e ressonância miocárdica. O tratamento está ligado a correção cirúrgica dessa alteração anatômica e o retorno às atividades irá depender do resultado da cirurgia e das avaliações posteriores.

Logo, estar atento a essa alteração, muitas vezes silenciosa, é fundamental na avaliação clínica e ecocardiográfica para evitar o desfecho fatal em atletas jovens.

Referência:

– Sudden cardiac death and coronary artery anomalies in the athletes: a narrative review.

Por: Mateus Freitas Teixeira – Rio de Janeiro

Fonte: Mateus Freitas Teixeira. Cardiologista do Vasco da Gama, é diretor da Sociedade de Medicina do Exercício e do Esporte do Rio de Janeiro e coordenador médico da Clínica Fit Center

Transcrito: https://ge.globo.com/eu-atleta/saude/post/2022/09/14/anomalias-de-arterias-coronarias-causam-morte-subita-no-esporte.ghtml

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