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EXCESSO DE CHOCOLATE NO INVERNO PODE CAUSAR ZUMBIDO NO OUVIDO

O consumo de chocolate no inverno aumenta e alguns motivos impulsionam o aumento na busca dos consumidores por esta guloseima neste período do ano. Para combater o “desanimo invernal”, as pessoas consomem mais chocolates, já que ele aumenta a serotonina, uma substância do cérebro, que dá a sensação de prazer e bem-estar. Outro motivo é para manter a temperatura do organismo, que gasta mais energia nesta época do ano para manter o corpo aquecido. O cacau, principal componente do chocolate, por ser energético, acaba suprindo essa necessidade do organismo.

A ingestão exagerada de chocolate por crianças ou adultos, nesta época do ano, não causa somente o aumento do peso. Os ouvidos sofrem com o aumento do consumo demasiado da guloseima e o excesso de chocolate pode gerar o famoso zumbido

Poucas são as pessoas que se preocupam com a saúde dos ouvidos. A maioria só se lembra da real importância quando ocorre algum problema que ocasiona uma dor incômoda, um resfriado, com inflamações na garganta ou pela entrada da água, dentre outros.

O que é o zumbido? Conhecido como uma ilusão sonora, o zumbido, é a sensação de ouvir som de apito, chiado, cigarra, sirene, motor ou panela.

O Instituto Ganz Sanchez, entidade que ha 10 anos trabalha focado no tratamento e pesquisas sobre zumbido, realizou uma levantamento e estima-se que no Brasil há de 34 a 48 milhões de pessoas com o sintoma, e alerta para o aumento expressivo em relação aos 28 milhões estimados há quase 20 anos

Segundo Tanit Ganz Sanchez, otorrinolaringologista e fundadora do Instituto Ganz Sanchez, o excesso de chocolate pode afetar o ouvido:

“O chocolate contem substâncias que podem agredir os ouvidos, como o açúcar e a cafeína. Em alguns organismos, quando o açúcar (glicemia) aumenta no sangue depois da ingestão de doces, o pâncreas passa a produzir mais insulina do que o necessário para controlar a quantidade de açúcar presente. Essa insulina em excesso é o grande vilão do ouvido,

pois provoca uma bagunça bioquímica e atrapalha o funcionamento normal. Nas pessoas que tem zumbido por problemas de metabolismo de açúcar ou cafeína, nós restringimos o chocolate por 30 dias para que o ouvido possa se recuperar”, explica a médica.

Segundo a especialista, a cafeína, também encontrada nos chocolates, acelera o sistema nervoso e como o zumbido já é, por natureza, um “ritmo acelerado”, ele pode aparecer ou piorar ainda mais.

“Isso acontece cerca de 1 hora após tomar a cafeína, que é encontrada não apenas no chocolate, mas também no chá preto e no mate, no refrigerante, nos estimulantes e no chimarrão e a esse consumo o ouvido reage causando zumbido ou tontura”,esclarece a médica, que é a pioneira em realizar

pesquisas sobre o zumbido no ouvido no Brasil, à frente desses estudos há 25 anos.

A especialista acrescenta que o zumbido pode ser temporário.

“Em algumas pessoas ele desaparece, porém outras precisam recorrer a tratamentos específicos, principalmente se a pessoa substitui o chocolate por outro tipo de doce, que também causa o zumbido”.

Para evitar o zumbido confira as dicas de Tanit Ganz Sanchez:

1- Comer com moderação, pois não existe um número mágico de peso, quadradinhos ou barras para consumo;

2 – Dê a preferência para chocolates com pelo menos 70% de cacau;

3 – Substitua pelos chocolates diets;

4- O alfarroba, que é um substituto do chocolate e não tem açúcar, glúten ou lactose pode ser consumido, porém, com moderação por qualquer pessoa.

Importante: “Poucas pessoas se preocupam com a saúde dos ouvidos. A maioria só se lembra deles quando sente dor nas otites ou sensação de tampado nos resfriados ou por acúmulo de cera. Mas quando a gente perde o ouvido, o arrependimento é geral”, ressalta Dra. Tanit.

Por: Débora Nogueira

Fonte: Profa. Dra. Tanit Ganz Sanchez, Otorrinolaringologista com doutorado e livre-docência pela USP, Fundadora e Diretora do Instituto Ganz Sanchez, criadora da Campanha Nacional de Alerta ao Zumbido (Novembro Laranja) e do Grupo de Apoio Nacional a pessoas com Zumbido. Assumiu a missão de desvendar os mistérios do zumbido e é pioneira nas pesquisas no Brasil, sendo reconhecida por sua didática, objetividade e compartilhamento aberto de ideias. É especialista em Zumbido, Hiperacusia, Misofonia e Distúrbios do Sono.

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