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Alimentos ultraprocessados afetam a saúde do cérebro?

Fisiologistas Turibio Barros e Gerseli Angeli explicam estudos sobre a relação da dieta rica em gorduras, açúcares e aditivos com o declínio cognitivo e a demência

Que uma alimentação saudável é importante para a saúde, todo mundo sabe. Mas será que todo mundo entende de fato o quanto uma dieta pobre em nutrientes e rica em gorduras, açúcares e alimentos ultraprocessados pode ser prejudicial à saúde? Se fizermos uma enquete perguntando qual a repercussão de uma dieta rica em alimentos ultraprocessados para o corpo, a maioria absoluta das pessoas vai dizer que o grande problema é engordar; algumas dirão que faz mal para o coração, prejudicando a saúde das coronárias. Mas quantas pessoas vão dizer que faz mal para o cérebro?

Já há algum tempo, pesquisas têm correlacionado o consumo de alimentos ultraprocessados com o risco aumentado para doenças cardiovasculares, depressão e todas as causas de mortalidade. Mais recentemente, estudos estão sendo direcionados para avaliar os possíveis efeitos desse tipo de dieta sobre o desempenho cognitivo e a incidência de demência.

Alimentação afeta o cérebro e influi na incidência de declínio cognitivo e demência — Foto: Istock Getty Images

Uma pesquisa brasileira publicada em dezembro do ano passado na revista científica JAMA Neurology aponta que alimentos ultraprocessados como biscoitos, sorvetes, salgadinhos e refrigerantes podem estar relacionados com o declínio cognitivo.

No estudo, 10.775 indivíduos de seis cidades brasileiras, com idades entre 35 e 74 anos, foram acompanhados durante uma média de 8 anos. Os pesquisadores concluíram que os indivíduos que tinham por hábito incluir em suas dietas um maior percentual de alimentos ultraprocessados apresentaram maior velocidade de declínio cognitivo e da função executiva.

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Outra pesquisa, publicada na revista científica Neurology em julho de 2022, procurou investigar a relação entre dietas ricas em alimentos ultraprocessados com o desenvolvimento de demência vascular e Alzheimer.

No estudo, 72.083 indivíduos com idades a partir de 55 anos (que não possuíam diagnóstico de demência/Alzheimer no início do estudo) foram acompanhados por aproximadamente 10 anos. Ao final do acompanhamento, os pesquisadores constataram que o maior consumo de alimentos processados estava associado ao maior risco para desenvolver demência por Alzheimer e demência vascular.

Foto: Reprodução/Internet

A partir dessas evidências, podemos concluir que evitar e reduzir o consumo desses alimentos é fundamental não só para a manutenção da saúde física, mas também para a saúde mental.

Mais ainda, podemos extrapolar essa conclusão e dar atenção especial às crianças, que estão em pleno desenvolvimento cerebral e, portanto, cognitivo, e que são o pricipal alvo dos alimentos ultraprocessados (como por exemplo: sorvetes, biscoitos recheados, salgadinhos de pacote e tantas outras guloseimas). Ensiná-las a ter uma alimentação saudável, comendo de tudo o que gostam, mas com moderação, é imprescindível para que se tornem adultos saudáveis.

Por: Turibio Barros e Gerseli Angeli – Campos do Jordão, SP

Fonte: Turibio Barros e Gerseli Angeli, Mestres e doutores em Fisiologia do Exercício pela UNIFESP-EPM

Transcrito: https://ge.globo.com/eu-atleta/saude-mental/post/2023/02/07/alimentos-ultraprocessados-afetam-a-saude-do-cerebro.ghtml

 

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