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Treinar em jejum emagrece e afeta o desempenho esportivo?

Estratégia pode auxiliar na perda de peso, no controle glicêmico e no ganho de massa muscular, mas há impacto na performance em atividades de alta intensidade e duração. Nutricionista Cris Perroni explica

Treinar em jejum pode mobilizar mais gordura como fonte energética e aumenta o hormônio adiponectina, produzido pelas células do tecido adiposo, que leva o metabolismo a utilizar massa gorda como fonte de energia e aumenta a sensibilidade à insulina. Estudos têm mostrado que treinar em jejum auxilia ainda no melhor controle glicêmico por aumentar a sensibilidade à insulina. Há aumento de hormônios contrarreguladores como o GH, importante na melhora da composição corporal, na queima de gordura (lipólise) e no ganho de massa muscular.

Não adianta treinar em jejum e exceder em calorias ao longo do dia — Foto: Internet

Entretanto, para redução do peso e da gordura corporal é fundamental o déficit de energia. É preciso reduzir a ingestão energética, aumentar o gasto calórico nas atividades do dia a dia (ser mais ativos) e praticar exercício regularmente. A pandemia mostrou que a perda das atividades diárias, ficando em casa, reduziu nosso gasto energético total, o que contribuiu para o ganho de peso.

Não adianta treinar em jejum e exceder em calorias ao longo do dia. Nutrição é continuidade, o que fazemos em 24 horas e nos dias subsequentes. É preciso focar na quantidade e qualidade dos alimentos ingeridos ao longo do dia. Ingerir alimentos que, além de nutrir, promovam saciedade.

Performance esportiva

É preciso comer antes de treinar? Depende se você se sente bem, se é adaptado e qual o volume e a intensidade do treino a ser realizado.

Em atividades de longa duração, é preciso atenção nas 24 horas que antecedem o treino. Você pode se beneficiar da alimentação pré-treino mais direcionada para ingestão de carboidratos e um pouco de proteína. Há necessidade de reposição de carboidratos durante o treino para manter o atleta por mais tempo na prática esportiva, reduzir a percepção ao esforço, manter padrão de movimento, foco e retardar a fadiga. Ou seja, menor disponibilidade de carboidratos pode reduzir o seu desempenho em atividades de maior duração.

Por: Cris Perroni – Rio de Janeiro

Fonte: Cris Perroni, Nutricionista formada pela UFRJ, pós-graduada em obesidade e emagrecimento, com especialização em nutrição clínica e em nutrição esportiva

Transcrito: https://globoesporte.globo.com/eu-atleta/nutricao/post/2021/03/01/treinar-em-jejum-emagrece-e-afeta-o-desempenho-esportivo.ghtml

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