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Sua cozinha pode te deixar doente? Sim! Veja 10 dicas para evitar problemas

Os microorganismos estão presentes no nosso planeta antes mesmo do surgimento dos primeiros seres humanos. Nas nossas casas não é diferente.

Por ser um local que contém muitos tipos de alimentos, a cozinha é o ambiente da casa com maior concentração de germes, mesmo quando comparadas aos banheiros.

1) Ventile o ambiente

Algumas substâncias químicas presentes nos vapores durante o ato de cozinhar podem irritar as vias aéreas e provocar inflamação, principalmente em pacientes que já possuem algum grau de inflamação desse tecido, como crianças com asma. No caso dos fogões a lenha, a exposição prolongada a fumaça proveniente desse tipo de fogão pode contribuir com a deposição de partículas de carvão nos pulmões, originados da combustão da madeira, além de vários compostos que irritam as vias aéreas e favorecem o desenvolvimento de doenças respiratórias, como a DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica)

Para evitar esses problemas, mantenha a cozinha ventilada com as janelas e portas abertas, se possível, ou use um exaustor, que proporcionará a constante renovação do ar.

2) Cuidado com as panelas antiaderentes

Panelas antiaderentes possuem alguns compostos químicos em sua composição que, quando aquecidos a temperaturas muito elevadas, são tóxicos. Uma dica é não pré-aquecer a panela antes do uso e não deixá-la no fogo por muito tempo, principalmente quando a água dos alimentos já foi eliminada da superfície.

Cuidado com o material das panelas, como o teflon, que pode conter substâncias cancerígenas, ou o alumínio, que ao ser raspado pode ser liberado na comida. Não utilize panelas que já perderam parte do composto antiaderente, uma vez que as partículas restantes desse produto podem se soltar e se misturar ao alimento durante o preparo.

A presença de ranhuras ou desgaste na superfície favorece a aderência de microrganismos, que podem contaminar algum alimento que não for cozido de forma adequada. Todas as panelas devem ser bem lavadas com água e detergente para limpar a gordura que pode criar um biofilme no qual as bactérias aderem e podem contaminar os alimentos.

3) Instale um filtro de água

A água da torneira é considerada própria para o consumo em diversas regiões do Brasil, pois passa por tratamento em estações próprias e por controle de qualidade. Entretanto, beber água da torneira pode predispor a infecções intestinais por alguns microrganismos que são resistentes ao tratamento comumente realizado.

É importante lembrar que há diversos fatores que podem prejudicar a qualidade da água, como um processo de tratamento não adequado, o armazenamento impróprio na caixa d’água (falhas na limpeza) ou até mesmo um sistema de encanamento enferrujado e sujo.

Sendo assim, recomenda-se utilizar filtros purificadores, que possuem a capacidade de reduzir os níveis de cloro e retenção de partículas, diminuindo as chances de infecção e minimizando a exposição a compostos químicos prejudiciais à saúde que possam estar presentes na água.

4) Fique atento aos potes de plástico

O bisfenol A, também chamado de BPA, é uma substância química utilizada na produção de plásticos e resinas e pode ser nocivo para a saúde quando há migração deste componente para o alimento, principalmente quando são aquecidos. De forma geral, deve-se evitar aquecer os alimentos em recipientes plásticos em micro-ondas, mesmo naqueles livres de BPA, pois outros compostos presentes no plástico, como os ftalatos e dioxina, também são prejudiciais.

A ingestão constante do BPA tem sido associada a algumas doenças neurológicas em recém-nascidos, além de infertilidade, câncer e alterações hormonais. O mais seguro é utilizar embalagens plásticas livres de BPA. Sempre que possível, opte por vidro, porcelana e aço inoxidável para armazenar bebidas e alimentos.

5) Higienize as tábuas de corte

Não é recomendada a utilização de tábuas de corte de madeira, pois são mais propensas à proliferação de bactérias que se acumulam nas ranhuras e fissuras mesmo após a lavagem. As tábuas de madeira são suscetíveis à contaminação bacteriana e fúngica por causa da porosidade.

Para evitar riscos, o mais indicado é usar tábuas de plástico, porcelana, vidro e bambu, que contém bactericidas naturais. As de bambu devem ser lavadas com água e sabão, além disso, a cada seis meses você pode utilizar óleo mineral para nutrir as fibras e revitalizá-la.

Na tábua de madeira, utilize água e sabão e passe limão ou vinagre para matar as bactérias e seque bem. Na de plástico, lave com água e detergente neutro e, na sequência, deixe a tábua de molho em uma solução com uma colher de água sanitária para 1 litro de água, enxágue e passe vinagre para retirar os resíduos da água sanitária. A de vidro deve ser lavada com água e detergente neutro.

7) Use panos limpos ou toalhas de papel

Um dos principais acessórios da cozinha de qualquer casa é o famoso pano de prato. Entretanto, eles podem apresentar grande risco de contaminação quando usados úmidos e em diversas tarefas. Mesmo sendo lavados constantemente, até mesmo com hipoclorito de sódio a 2% diluído em água, alguns microrganismos podem resistir ao processo de desinfecção e continuar presentes. Sendo assim, o ideal seria usar toalhas de papel ou toalhas multiuso por serem descartáveis.

No entanto, se ainda assim você fizer questão de usar o pano de prato, é recomendado trocá-las diariamente mesmo que não estejam com sujeira aparente, lavá-las separadas das demais roupas, passar com ferro antes de guardar e não utilizar para outras finalidades. É indicado usar um pano de prato para cada atividade, ou seja, um pano exclusivo para enxugar louças e panelas e outro para enxugar as mãos. Para a lavagem, use sabão em pó e deixe de molho em solução clorada.

8) Limpe a geladeira com frequência

Geladeira suja e com restos de alimento é um ambiente ideal para a proliferação de microrganismos. Os resíduos dos alimentos contêm germes que, após um período, irão proliferar-se podendo contaminar outros alimentos ou causar mau cheiro. É importante checar se há alimentos com data de validade vencida e observar o aspecto dos que estão abertos.

Para a higienização da geladeira, desligue o equipamento e retire todos os alimentos, acondicionando-os em caixas térmicas para evitar o descongelamento ou aquecimento à temperatura ambiente. Em seguida, retire as partes removíveis (prateleiras, gaveta, suportes), lave com esponja, água e detergente e deixe secar bem.

Faça a higienização no interior da geladeira, utilizando uma esponja macia umedecida com água e detergente neutro. Após essa lavagem, você também pode utilizar uma mistura de água com vinagre para eliminar as bactérias. Na sequência, passe um pano úmido para retirar o sabão, e seque com um pano seco e limpo ou com papel toalha.

9) Fique de olho na temperatura da geladeira

Os alimentos refrigerados devem ser armazenados em temperatura que variam de 1ºC a 10ºC, atentando para as informações presentes no rótulo sobre a forma de acondicionamento e o tempo de armazenamento. A manutenção da temperatura ideal preserva os alimentos por mais tempo e pode evitar problemas como a ingestão de uma comida contaminada.

10) Opte por materiais mais “saudáveis”

Existem materiais e embalagens utilizados na cozinha que podem conter substâncias nocivas à saúde, principalmente quando há um contato deste material com os alimentos por tempo excessivo ou por aquecimento.

Dê preferência a materiais e embalagens de vidro, porcelana e aço inox, pois eles não transferem seus componentes para os alimentos, como pode ocorrer com o plástico e o isopor, por exemplo. Além disso, os melhores materiais para a cozinha são os que não acumulam resíduos e bactérias. No caso das bancadas, o aço inox é bom pela facilidade de limpeza e as pedras de granito por não serem um material poroso.

Por: Bárbara Therrie

Colaboração para VivaBem

Fontes: Rodrigo Juliano Molina, médico infectologista, consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), professor-assistente e chefe do Departamento de Clínica Médica da UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro); Kennio Ferreira Paim, biomédico e professor adjunto da disciplina de microbiologia do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro), possui doutorado em medicina tropical e infectologia pela UFTM e pós-doutorado pela Universidade de Sydney, na Austrália; Jéssica de Aragão Freire

Ferreira Finger, nutricionista, pós-graduanda em ciência dos alimentos na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP (Universidade de São Paulo); e Emília Maria França Lima, cientista de alimentos, pós-graduanda em ciência dos alimentos na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP

Transcrito: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/03/08/sua-cozinha-pode-te-deixar-doente-sim-veja-10-dicas-para-evitar-problemas.htm

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