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Sedentarismo é importante fator de risco para sarcopenia

Caracterizado pela perda progressiva de massa muscular, problema pode ser prevenido ou ao menos retardado com atividade física regular. Saiba o que é, causas e prevenção

Com a pandemia da Covid-19, o sedentarismo atingiu boa parte da população mundial. Em meio a um cenário desconhecido, o desânimo afetou até alguns praticantes mais assíduos de esportes, que acabaram caindo na armadilha da inatividade física ao passarem por mudanças em suas rotinas, especialmente com as recomendações para ficar em casa. O isolamento social pode resultar na diminuição da prática de exercícios físicos em escala global, segundo estudo de revisão da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), publicado no American Journal of Physiology. Por isso, os pesquisadores fizeram um alerta: “Fique em casa, mas não fique parado”. E de acordo com a médica cardiologista Joelma Dominato, do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), a inatividade prolongada pode aumentar o risco de sarcopenia, ou perda progressiva e generalizada da força da massa muscular esquelética, sobretudo em pessoas idosas. Conforme explicação da especialista, essa condição acentua as chances de quedas, fraturas e outras lesões.

Mulheres próximas à menopausa começam a correr mais risco de sarcopenia, mas manter um nível de atividade física, mesmo em casa, pode retardar o processo — Foto: Internet

– Essa condição tem uma prevalência maior na população acima dos 60 anos, mas pode acontecer em faixas etárias menores de forma secundária – ressalva Joelma Dominato.

Embora o problema seja característico do envelhecimento, Dominato conta que os jovens também são capazes de desenvolver a doença. As alterações hormonais, por exemplo, podem influenciar no aparecimento da sarcopenia e, por isso, as mulheres estão mais expostas à patologia.

– Existem vários fatores que ajudam no aparecimento da doença. Em um contexto geral, temos múltiplos mecanismos envolvendo o aparecimento da sarcopenia, como alterações hormonais. Temos alguns estudos que mostram que as mulheres têm mais chances de ter a doença que os homens, já que eles possuem maior quantidade do hormônio da testosterona. Entretanto, o hormônio masculino também vai diminuindo durante o envelhecimento, um dos fatores para o idoso apresentar a sarcopenia – revela.

Causas e fatores de risco para a sarcopenia

1. Sedentarismo ou baixo nível de atividade física;

2. Envelhecimento;

3. Questões hormonais, especialmente queda dos níveis de testosterona, mas também de estrogênio de de hormônio do crescimento – em mulheres, acentua-se na menopausa;

4. Baixo consumo de proteínas;

5. Deficiência de vitamina D;

6. Obesidade;

7. Resistência à insulina;

8. Doenças catabólicas como:

– Câncer;

– Insuficiência cardíaca;

– Enfisema pulmonar;

– Infecções como a Covid-19.

Segundo Joelma, as doenças com efeito catabólico (de destruição), que fazem com que o indivíduo tenha degradação acelerada muscular, aumentam as chances de desenvolvimento da sarcopenia. Até mesmo a Covid-19 acelera a deterioração dos músculos.

– Doenças como a Covid-19 e a sepse também entram na lista, pois são catabólicas e aceleram a deterioração dos músculos. No caso da Covid-19, os pacientes que ficam mais tempo internados têm uma doença altamente catabólica, então eles provavelmente evoluem para um grau de perda muscular diretamente proporcional ao tamanho da gravidade da doença. Já aqueles que possuem sintomas leves provavelmente também terão um nível de perda, mas menor – afirma. – O organismo está em constante equilíbrio entre a síntese de fibra muscular, dos miócitos (células que compõem o músculo), e a degradação deles. Se tivermos alguma situação que leve ao desequilíbrio, ou seja, um aumento na degradação do músculo, desenvolveremos a sarcopenia. Então, todas as doenças que podem levar a uma elevação da degradação, que chamamos de efeito catabólico, podem desencadear a sarcopenia.

Prevenção

A sarcopenia pode ser prevenida com alimentação equilibrada em proteínas e com a prática regular de atividades físicas. A cardiologista Joelma Dominato explica que se uma pessoa mantiver o hábito de se exercitar, ela terá um retardo na perda da massa muscular conforme o envelhecimento. A degradação será mais lenta e não comprometerá as outras funções corporais.

– O exercício físico é importante para a construção e manutenção dos músculos. É vital para o ganho de massa muscular, aumento da força e até da consciência corporal. Ao praticar atividade física, o corpo libera hormônios que promovem a capacidade dos músculos de absorver nutrientes para se fortalecerem. A inatividade associada às alterações hormonais do organismo compromete a formação e a manutenção dos músculos – alerta. – Até os idosos que realizam treinamentos de fortalecimento muscular, com a ajuda de uma suplementação nutricional adequada, apresentam um aumento de força muscular, melhoram a marcha, a execução de exercícios espontâneos e de atividades cotidianas como caminhadas. Nós sabemos que os exercícios têm impacto na redução de aparecimento da sarcopenia, independentemente da faixa etária.

5 dicas simples contra o sedentarismo

Em meio à crise causada pela Covid-19, pode ser difícil encontrar motivação para praticar atividades físicas. Por isso, o EU Atleta conversou com o profissional de educação física Gustavo Tadeu Wolf Molitor Pizza e com a cardiologista Joelma Dominato, que prepararam dicas para você se manter ativo em tempos de pandemia. Veja abaixo!

1. Faça exercícios com o peso do corpo, como flexão, agachamento sem peso e afundo, que podem ser feitos em casa;

2. Caminhe dentro de casa de um a cinco minutos a cada hora, já é melhor que ficar sentado o tempo todo;

3. Vá andando até o trabalho ou ao mercado;

4. Opte sempre por subir escadas em vez de pegar elevador;

5. Faça uma caminhada leve de 30 minutos ou intercale corrida com caminhada (correr um minuto e caminhar dois minutos). Isso já é um ótimo começo para manter a rotina ativa.

Por: Gabriela Maruyama, para o EU Atleta — São Paulo

Fonte: Joelma Dominato,cardiologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN)

Gustavo Tadeu Wolf Molitor Pizza, profissional de educação física

Joelma Dominato, cardiologista

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP)

Transcrito: https://globoesporte.globo.com/eu-atleta/saude/noticia/sedentarismo-e-importante-fator-de-risco-para-sarcopenia.ghtml

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