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Se considera um atleta de fim de semana? Entenda os riscos e benefícios

Você é do tipo de pessoa que investe na prática de exercícios físicos aos sábados e domingos, mas não consegue manter uma rotina de atividades durante a semana? Um estudo recente revelou que mesmo sendo só por dois dias, o hábito pode trazer benefícios à saúde cardiovascular.

O que diz o estudo

Segundo o relatório final da pesquisa, publicada no Jama, quando se trata de atividade física, não importa quando você se exercita ou como isso é distribuído do decorrer dos dias, desde que o faça. A chave é adquirir o volume recomendado para conquistar as vantagens que a prática traz ao coração.

Foto: Reprodução/Internet

O estudo aponta que um atleta de fim de semana consegue reduzir os riscos de doenças e eventos envolvendo o coração e os vasos sanguíneos —como infarto, insuficiência cardíaca, fibrilação atrial e derrame— de forma muito semelhante a um indivíduo que pratica exercícios de maneira regular, com treinamentos divididos durante a semana.

Para o levantamento, os pesquisadores da Universidade de Harvard (EUA) usaram dados de aproximadamente 90 mil pessoas. Os participantes utilizaram um aparelho para capturar movimentos, medir a quantidade de exercícios e o tempo gasto em diferentes intensidades ao longo de determinados períodos.

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Estatísticas

– O estudo mostrou que o risco de ataque cardíaco foi 27% menor para os atletas de final de semana e 35% menor para aqueles que se exercitam durante vários dias.

– No caso da insuficiência cardíaca, quem se exercita só aos sábados e domingos, apresentou probabilidades 38% mais baixas e os praticantes regulares 36%.

– O risco de fibrilação atrial (ritmo cardíaco anormal) ficou 22% e 19% menor, e o de AVC foi de 21% e 17% menor.

– Aqueles classificados como atletas de fim de semana registraram pelo menos 15 0 minutos de atividade física com intensidade moderada à intensa, com 50% ou mais dessa atividade realizada em um ou dois dias de uma vez.

– Entraram no grupo dos praticantes regulares os indivíduos que registraram o mínimo de 150 minutos divididos ao longo da semana.

Por outro lado…

Foto: Reprodução/ Imagem: iStock

Há pesquisas, porém, que alertam que o hábito esconde riscos que devem ser considerados. Isso porque o atleta de final de semana expõe o corpo —e consequentemente o coração— a certos esforços em um curto espaço de tempo que talvez ele não esteja pronto ou acostumado a realizar.

Portanto, principalmente quando há estresse físico extremo, é preciso cautela.

Em resumo, o coração bombeia sangue em um fluxo e intensidade seguindo a demanda necessária ao esforço realizado.

Sendo assim, quando uma pessoa leva uma rotina tranquila, o órgão trabalhará de acordo com esse ritmo. Como se fosse treinado para isso.

Ao chegar o sábado e o domingo, se ele passa a ser intensamente requisitado, pode não resistir à sobrecarga. Isso pode ser visto, por exemplo, em indivíduos que têm uma parada cardíaca (até fatal) em meio a partidas amadoras de futebol, longas pedaladas ou corridas.

Portanto, um atleta de fim de semana pode não ter o coração devidamente condicionado para tais atividades. E nesses casos, existe um risco maior do surgimento de arritmias ou a ocorrência de um infarto. Os riscos crescem se já há um diagnóstico de doenças ou condições cardíacas ou uma tendência a elas.

Há evidências que mostram ainda que distribuir os treinos em vários dias é melhor para o diabetes porque promove o controle da glicose.

De acordo com a American Diabetes Association, as pessoas com a condição devem tentar passar no máximo 48 horas entre as sessões de exercícios, além de procurar manter uma rotina de atividades físicas de cinco a seis dias por semana.

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Outras consequências

E não é somente o coração do atleta de final de semana que sofre com a falta de treino e preparo.

Sem o condicionamento necessário, se exigirmos demais do corpo, é possível que todo o organismo de alguma maneira seja afetado por essa sobrecarga, a exemplo da musculatura e articulações, que podem apresentar diferentes lesões.

E afinal, quais são os benefícios?

Ser fisicamente ativo é um passo fundamental para a boa saúde do coração. A prática regular de exercícios é uma das ferramentas mais eficazes para fortalecer o músculo cardíaco, auxiliar na manutenção do peso e circunferência abdominal, aspectos importantes para evitar a obesidade, além de atuar no controle da pressão arterial e do diabetes.

Favorece ainda a diminuição do colesterol ruim (LDL) e estimula o aumento do nível do colesterol bom (HDL) no sangue.

As atividades físicas também contribuem para a saúde emocional. Isso porque se exercitar faz com que o organismo libere neurotransmissores que promovem sensação de prazer e bem-estar, aliviando o estresse e combatendo problemas como a ansiedade e a depressão.

Pontos que retardam ou ajudam a evitar o aparecimento de questões cardiovasculares, como a doença arterial coronária, o AVC e o infarto.

Tipos de atividades

Foto: Reprodução/Internet

Vale ainda reforçar a importância da inclusão de diferentes tipos de exercícios para proporcionar um condicionamento físico completo. Os exercícios aeróbicos e o treinamento de resistência ou força são apontados como os mais benéficos para o sistema cardiovascular.

No entanto, embora a flexibilidade não contribua diretamente para a saúde do coração, fornece uma boa base para a realização das demais atividades de forma mais segura e eficaz.

Não há, porém, como dizer que um exercício que é melhor que o outro: tudo dependerá das condições de quem irá praticá-lo, da intensidade e frequência dessas atividades.

Recomendações

– A OMS recomenda 150 minutos por semana de atividades em intensidade aeróbica moderada ou 75 minutos semanais em intensidade vigorosa.

– Para os exercícios que envolvem força, a indicação é de, no mínimo, duas por semana com intensidade moderada a acentuada.

– Além disso, o ideal é descansar de 24 a 48 horas o grupo muscular exercitado e revezar entre eles, assim como variar a intensidade dos treinos.

– De modo geral, grande parte das instituições associadas aos cuidados do coração não especifica como dividir esses minutos.

– O que normalmente é indicado é distribuir essa quantidade por 3 a 5 dias ou ao longo de toda a semana.

Seja qual for o cenário, o ideal é que os exercícios sejam praticados de forma regular, respeitando as limitações de cada corpo, condição de saúde e condicionamento físico.

Cuidados necessários

As descobertas mostram que é possível alcançar os benefícios da prática de atividades mesmo para quem têm pouco tempo livre durante a semana. Além disso, ter passado anos em uma vida sedentária não impede incluir os exercícios na rotina.

Entretanto, uma atividade não deve ser iniciada ou retomada sem um acompanhamento ou avaliação específica, seja ela diária ou só aos finais de semana.

Também é importante manter o equilíbrio e a moderação. Poucas atividades ou o excesso delas podem gerar, ao invés de benefícios, problemas para o sistema cardiovascular.

Muitos dos riscos ocorrem, principalmente, quando as pessoas se esforçam excessivamente para compensar os dias ou o período em que permaneceram no sedentarismo.

É nesse momento que geralmente ultrapassam seus limites. Como vimos, quando o órgão é exigido, reage de diversas formas. Se não estiver em boas condições, a experiência pode ser negativa.

Por: Paulo Chaccur Colunista de VivaBem

Fonte: Paulo Chaccur, Diretor da Cirurgia Cardiovascular no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, é formado pela Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e possui mais de 40 anos de experiência.Na década de 90, Chaccur passou a liderar a própria equipe de cardiologia e cirurgias cardíacas no HCor (Hospital do Coração).

Transcrito:https://www.uol.com.br/vivabem/colunas/paulo-chaccur/2023/09/03/se-considera-um-atleta-de-fim-de-semanaentenda-os-riscos-e-beneficios.htm

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