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Sal rosa, sal light ou sal marinho? Diferenças e qual escolher

Nutricionista lista características de 13 tipos de sal, dá dicas relacionadas ao seu consumo, especifica cuidados e ensina uma receita de tempero salgado com ervas

Sal é o tempero da vida, dizem alguns. Outros, mais filosóficos, dizem que é o amor. O certo é que para a comida ficar saborosa, grande parte das pessoas gosta de utilizar temperos como cebola, alho, ervas e, claro, o sal. Ou melhor, os sais. Afinal, há vários tipos: marinho; grosso; o sal de cozinha, ou refinado, também chamado de comum; a versão light; o rosa do Himalaia; flor de sal; e daí por diante. Mas qual deles é melhor? Qual escolher? A nutricionista Renata Buzzini ressalta que, mesmo que aparentemente não haja grandes diferenças entre alguns tipos de sal, nutricionalmente eles carregam particularidades muito próprias. Todos são compostos principalmente pelo cloreto de sódio, mas há outros minerais e nutrientes naturais ou adicionados pela indústria característicos de cada um. Confira!

Há diferentes tipos de sal, como o rosa, o light e o marinho — Foto: Istock Getty Images

1. Sal comum (refinado, de cozinha)

O sal comum, usado na cozinha por grande parte da população, é processado, refinado e, por isso, acaba perdendo a maior parte dos seus minerais. Além disso, ele passa por processos físicos e químicos de tratamento térmico, refinamento e branqueamento, para deixá-lo soltinho e branquinho como estamos acostumados. É acrescido de iodo, uma técnica que ajudou a reduzir enormemente os casos de bócio e de outras doenças causadas pela deficiência de iodo. O sal iodado, portanto, possui basicamente cloreto de sódio e iodo, e tem um papel importante na saúde pública, desde que consumido com parcimônia, já que o excesso de sódio pode causar vários problemas de saúde, com destaque para a hipertensão arterial.

2. Sal grosso

O sal grosso é usado para evitar que os alimentos se desidratem. No churrasco, ele deixa a carne mais suculenta, porém, também é um sal que perde boa parte dos seus minerais durante o processo de industrialização, mesmo sendo menos refinado. Também costuma ser iodado.

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3. Sal light

De acordo com Renata, muitas pessoas encaram o sal light como “carta branca” para pesar a mão no saleiro, mas é importantíssimo ressaltar que ele é composto por 50% de cloreto de sódio e 50% de cloreto de potássio. De fato, é uma opção com menor teor de sódio, com impacto positivo sob a redução no risco de eventos cardiovasculares. Porém, o excesso de potássio (segundo composto deste sal) pode descompassar os batimentos cardíacos, principalmente em pessoas com problemas renais, pois são os rins que auxiliam a controlar os níveis desse mineral no organismo. Assim, pessoas com problemas renais devem evitá-lo.

4. Sal marinho

Como o próprio nome sugere, o sal marinho é obtido a partir da evaporação da água, quando a secagem ocorre ao sol. Assim, os nutrientes como magnésio, cálcio, zinco e ferro são preservados, não havendo adição de agentes para torná-lo mais branco nem de substâncias para controlar sua umidade natural e deixá-lo soltinho. No entanto, não é iodado, não contribuindo para a prevenção de doenças causadas por deficiência de iodo.

– Ele passa apenas pelo processo de moagem, e não pelos tratamentos físicos e químicos, o que preserva seus microelementos minerais e oligoelementos. Possui uma quantidade de sódio menor que o sal refinado (por volta de 30% do peso total) e é rico em alguns nutrientes, como magnésio, sulfato, cálcio e potássio – explica a profissional.

Mas vale lembrar que esses minerais podem ser obtidos por uma alimentação balanceada, não sendo dependentes do sal.

5. Sal rosa

Foto: Reprodução/Internet

Extraído das salinas do Himalaia, na Ásia, o sal rosa, conhecido também como sal do Himalaia, possui uma boa quantidade de ferro e de cobre e mais de 80 tipos de minerais. Ele tem a metade da quantidade de sódio encontrada no sal comum. O condimento costuma ter coloração rosada devido à composição repleta de minerais, como magnésio, potássio e cálcio. Segundo Renata, seu sabor é levemente menos salgado que os citados anteriormente. Portanto, é importante tomar cuidado para não utilizá-lo em excesso.

6. For de sal

– Se você chegou até aqui, fica um bônus de tempero: a flor de sal. Ela é formada nas superfícies salinas; logo, são os primeiros cristais de sal que se formam nesse local. A flor de sal é pura, e recomenda-se utilizar apenas na finalização dos pratos. Sendo assim, é uma opção boa para saladas ou alimentos que não foram temperados no decorrer do cozimento – acrescenta Renata Buzzini.

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Outros tipos de sal

– 7 – Sal kosher: de formato irregular e não refinado, é usado no preparo de carnes, especialmente nas carnes preparadas de acordo com os costumes judaicos. Ajuda a secar melhor o sangue das carnes e não possui aditivos, serve para cozinhar e não para salgar alimentos na mesa. Não é comum no Brasil. É similar ao sal refinado, porém, sem a presença do iodo.

– 8 – Sal líquido: é feito da combinação de sal dissolvido em água mineral e pode ser uma opção para quem não consegue salgar os alimentos de forma uniforme, desse modo, o spray vai ajudar a espalhar e fazer com que esse tempero esteja na refeição sem excesso. O sabor é suave e o sódio se encontra em menor quantidade por estar diluído.

– 9 – Sal Maldon: conhecido como o tempero da família britânica, é nobre e utilizado pelos chefs mais renomados da culinária mundial. Sem aditivos e completamente natural, é crocante e resistente à umidade dos alimentos.

– 10 – Sal negro: tem origem indiana e seu sabor remete à gema de ovo, pois, devido ao alto teor de enxofre, tem odor semelhante ao ovo. Possui textura crocante, é muito solúvel e, por isso, é indicado para a preparação de massas e molhos.

– 11 – Sal do Havaí: possui a coloração rosa avermelhada, pois é proveniente de uma região argilosa, rica em ferro.

– 12 – Sal defumado: é comumente produzido na França e é defumado a partir da fumaça proveniente da queima de barris de carvalho, que são usados no envelhecimento de vinhos. São sais mais aromáticos.

– 13 – Sal temperado: nada mais é do que a mistura de sal com especiarias. Normalmente, são ervas frescas que irão ajudar no sabor diferenciado dos alimentos.

Dica de receita: sal de ervas

Nutricionista ensina receita de sal de ervas, opção saudável com baixo teor de sódio — Foto: Getty Images

Ingredientes:

1 colher (sopa) de sal (refinado ou grosso);

1 colher (sopa) de orégano desidratado;

1 colher (sopa) de manjericão desidratado;

1 colher (sopa) de alecrim desidratado.

Modo de preparo: bata todos os ingredientes no liquidificador e utilize a mistura em substituição ao sal puro.

Benefícios e cuidados com o consumo de sal

O sal é um nutriente essencial para o corpo, e em pequenas doses ajuda a:

Regular a água no organismo dentro e fora das células;

Facilitar a produção de energia pelas células;

Manter o equilíbrio eletrolítico do corpo;

Auxiliar as funções digestiva e renal.

Sendo assim, é preciso tê-lo no organismo. Mas sem excesso! A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que o consumo de sal não ultrapasse 5 gramas por dia — ou 2 gramas de sódio. Então, mesmo consumindo o melhor dos sais, a nutricionista Renata Buzzini ressalta que não devemos abusar do condimento. Afinal, ele é importante fator de risco para:

– Hipertensão arterial;

– AVC;

– Infarto;

– Problemas renais, como cálculo renal e insuficiência renal, já que os rins não conseguem filtrar o excesso de sal;

– Osteoporose;

– Problemas de visão;

– Câncer gástrico;

– Retenção de líquido (inchaço).

Do sal de cozinha refinado, 10 gramas, equivalente a uma colher de sopa, têm cerca de 3,8 gramas de sódio. Para ser ter uma referência, o brasileiro ingere quase o dobro disso: em média 9,34 gramas. Ou seja, ¾ da população consomem mais de 8 gramas de sal por dia. E para piorar esse panorama, apenas 2,39% dessas pessoas apresentaram níveis inferiores aos 5 gramas diários. Preocupando mais ainda os profissionais de saúde, menos de 15% das pessoas classificaram o próprio consumo como alto, concluindo que eles abusam desse ingrediente, tanto em receitas como em produtos industrializados, sem nem saber disso.

– Diante desse cenário, a diminuição no consumo de sal é considerada hoje uma das intervenções de melhor custo-efetividade contra as doenças crônicas não transmissíveis no país, sobretudo pela possibilidade de diminuir a pressão arterial. Abusar do sal pode trazer não somente consequências como a pressão alta, mas também câncer gástrico e doenças cardiovasculares e renais, além do inchaço (retenção de líquidos), que acentua a celulite e causa a sensação de roupas mais apertadas – explica Renata Buzzini.

Alguns pesquisadores têm se atentado para a investigação da relação entre o índice de massa corporal (IMC) e a percepção do paladar. Já existem estudos que buscam entender se as pessoas se tornam obesas porque sentem prazer acima da média em comer e, portanto, acham mais difícil resistir.

No entanto, alguns resultados já vêm sugerindo exatamente o oposto: que as pessoas com maior índice de massa corporal parecem encontrar com menos facilidade sabores agradáveis e recompensadores. Assim, precisam temperar mais os alimentos ou ainda consumir alimentos mais intensos de sabor, para obter o mesmo efeito de dopamina. Também há a suspeita de que pessoas com menor sensibilidade ao sabor tendem a buscar alimentos mais doces e mais gordurosos.

– Por isso, é importante aprender sobre os tipos de sal, pois cada tipo pode ter uso específico dentro da cozinha, além de variar o sabor dos alimentos. Teste as opções disponíveis e use com moderação o melhor para você – orienta a nutricionista.

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5 dicas para reduzir o consumo de sal

A seguir, Renata Buzzini lista algumas dicas práticas para as pessoas que estão buscando diminuir o consumo de sal no dia a dia. Confira!

1. Reduza o sal gradualmente: assim, aos poucos, as papilas gustativas irão se adaptar ao novo sabor dos alimentos. Em três semanas, geralmente, o cérebro e o paladar irão reagir normalmente a alteração do sabor, sem necessitar de uma quantidade elevada de sal na comida.

2. Tire o saleiro da mesa: se você já usou o sal no preparo da refeição, não é preciso colocar mais no prato e, muitas vezes, ao ver o saleiro na mesa, o adicionamos à comida por hábito.

3. Experimente o alimento em cada etapa do preparo: assim, você poderá identificar se o tempero já é suficiente ou não.

4. Evite certos alimentos: alimentos fast food, comidas congeladas industrializadas e snacks industrializadas contêm altas quantidades de sal na composição com a intenção de aumentar a conservação e o sabor.

5. Prepare sua comida: sempre que possível, prefira preparar sua comida. Assim, você terá controle sobre a quantidade dos ingredientes e a qualidade do alimento. Por exemplo, um pão feito em casa não tem conservantes e a quantidade de sal na receita pode ser facilmente controlada. Planeje sua rotina para que você consiga cozinhar seus alimentos e, assim, cuidar da sua saúde.

– Em resumo, analise os tipos de sal e escolha a melhor opção para a sua saúde. E, claro, consuma pouco sal, independente do tipo que escolher! Essa atitude será fundamental para manter a saúde do coração e dos rins e a pressão arterial normal – conclui a nutricionista.

Por: Marina Borges, para o Eu Atleta — Bauru, São Paulo

Fonte: enata Buzzini é nutricionista especializada em Saúde da Mulher pela Faculdade de Saúde Pública (USP) e Especializada em Adolescência pelo Departamento de Especialidades Pediátricas da Universidade Federal de São Paulo/ Escola Paulista de Medicina (UNIFESP/EPM). Atua na área em sua clínica, a Cardapioterapia (@cardapioterapia), ministra cursos, aulas e workshops.

Transcrito: https://ge.globo.com/eu-atleta/nutricao/noticia/2022/08/20/sal-rosa-sal-light-ou-sal-marinho-diferencas-e-qual-escolher.ghtml

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