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Saiba o que é overtraining e conheça seus efeitos no nosso corpo

Problema está relacionado ao excesso de atividades físicas

Já ouviu falar de overtraining? Esse problema acontece quando a pessoa faz mais exercícios do que seu corpo é capaz de recuperar. Ou seja, o indivíduo, ao tentar melhorar seu desempenho, exagera na quantidade de atividade física, não tendo o descanso necessário após os treinos – e as consequências podem ser complexas.

Para nos aprofundarmos sobre o tema, conversamos com especialistas. Dr. Arthur Feltrin, médico pneumologista e especialista em longevidade saudável e Mariana da Costa Aguiar Ventura, fisioterapeuta, mestre em ciências da reabilitação e analista de aperfeiçoamento e apoio técnico da IBRAMED nos ajudam nessa missão e falam mais sobre overtraining. Confira abaixo:

GQ Brasil: Quais os impactos que uma rotina de treino excessiva causa na saúde e no corpo? Quais os sintomas de overtraining?

Dr. Arthur Feltrin: O overtraining tem uma incidência maior em atletas que treinam por longa duração. Alguns dos problemas mais comuns são fadiga, insônia, irritabilidade, falta de apetite, lesões, desequilíbrio do sistema hormonal, diminuição da performance e alteração da pressão arterial. É importante também se atentar à qualidade do sono, pois muitas vezes ocorrem casos de insônia, o que impede o total relaxamento da mente e do corpo. O mau-humor e a queda de imunidade também estão entre os sintomas mais frequentes.

GQ Brasil: Quais são as causas e consequências?

Dr. Arthur Feltrin: Existe uma diferença entre treino forte e overtraining. No primeiro, a pessoa é capaz de realizar pausas nos exercícios e retomar a prática de maneira tranquila, diferentemente do excesso de treino, quando o corpo reclama desde o aquecimento até o final da atividade física. Em muitos casos, o atleta nem consegue realizar a parte principal do exercício físico. As consequências comuns são sensação de fadiga crônica, perda de condicionamento físico (força e resistência), dores musculares, elevação significativa da frequência cardíaca em repouso, mudança de humor e perda da qualidade do sono.

GQ Brasil: Como a respiração interfere nesses casos e como tratar?

Dr. Arthur Feltrin: A respiração é uma ferramenta vital para melhorar o desempenho quando se trata de atividade física. Para o oxigênio levar nutrientes às células e auxiliar a musculatura é preciso que aconteça o ato de inspirar e expirar de maneira ritmada e consciente. Essa troca é de suma importância para os músculos além de fazer com que eles ganhem mais resistência.

GQ Brasil: Quais os traumas mais comuns e como é o tratamento?

Mariana: Podemos dizer que existem duas categorias de lesões: as agudas e as crônicas. Uma lesão aguda é aquela que ocorre durante a prática da atividade física, sendo fraturas, entorses ou luxações. Enquanto a lesão crônica é o resultado de gestos repetitivos de maneira excessiva ou incômodos de longa data, como ocorre nas tendinopatias, fasciíte e bursites.

O primeiro passo é a redução do volume de treino ou em casos mais graves a interrupção da atividade física e das competições. O tratamento das lesões vai depender do tipo e da gravidade de cada lesão. Lesões mais graves podem até mesmo precisar de tratamento fisioterapêutico ou ainda, associado a medicações. A escolha do tratamento ideal e individualizado deve seguir as indicações de seu fisioterapeuta.

Vale lembrar que quando o atleta busca bons resultados, ele deve ter acompanhamento de um médico, educador físico, nutricionista e também um fisioterapeuta.

GQ Brasil: Em quanto tempo, em média, a pessoa se recupera?

Mariana: Depende de cada lesão e de cada caso, não se tem um tempo exato. A reabilitação física tem o intuito de melhorar a capacidade do indivíduo além de diminuir o uso de medicamentos ou associações clínicas envolvidas no processo de lesão. Os equipamentos que ajudam neste processo, envolvem desde a tecnologia relacionada à avaliação do paciente, até os recursos que conseguem ser mais avançados. As técnicas mais indicadas são: fotobiomodulação (laserterapia de baixa intensidade), onda de choque, ondas curtas, ultrassom e tecarterapia (uma terapia eletrotérmica).

GQ Brasil: Geralmente o atleta fica com alguma sequela após se recuperar?

Mariana: Consideramos overtraining quando a atividade é tão intensa que os músculos não conseguem se recuperar entre um treino e outro. Neste caso, pode-se ter sequelas físicas e emocionais. Dentre as lesões geradas por overtraining, podemos citar: lesões musculares, articulares e ainda sobrecarga tendínea (tendinopatias e bursites). Além disso, podemos citar o desenvolvimento de depressão sendo consequência do afastamento da atividade. O overtraining pode ainda desencadear uma desregulação do ciclo menstrual.

Por: GQ Brasil

Fontes: Dr. Arthur Feltrin: médico pneumologista e especialista em longevidade saudável

Mariana da Costa Aguiar Ventura: fisioterapeuta, mestre em ciências da reabilitação e Analista Aperfeiçoamento e Apoio Técnico da IBRAMED

Transcrito: https://gq.globo.com/Corpo/Saude/noticia/2021/07/overtraining-efeitos-corpo.html

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