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Protetor solar: você sabe por que e como usar?

Apesar dos benefícios da exposição ao sol, a radiação também pode causar danos, como o câncer de pele; por isso, o uso de protetor solar, de forma adequada, é indispensável.

O sol proporciona vários benefícios ao ser humano, tais como a sensação de bem-estar físico e mental, síntese de vitamina D e tratamento de icterícia (cor amarela da pele e do branco dos olhos principalmente de bebês, causada pelo excesso de bilirrubina no sangue), entre outros. Mas, sem os devidos cuidados, a radiação solar pode trazer prejuízos ao organismo, tais como o câncer de pele.

Para alertar quanto aos riscos, a Sociedade Brasileira de Dermatologia promove, há sete anos, a campanha Dezembro Laranja, com o intuito de conscientizar a população a respeito dos riscos da exposição ao sol sem proteção.

Conforme os dados informados pela campanha, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2020 os números de câncer de pele no Brasil estão sendo preocupantes. A doença corresponde a 27% de todos os tumores malignos no país, sendo os carcinomas basocelular e espinocelular (não melanoma) responsáveis por 177 mil novos casos da doença por ano. Já o câncer de pele melanoma tem 8,4 mil casos novos anualmente.

Entenda a importância da proteção

Para entender melhor, é preciso saber que existem dois tipos (ou duas faixas) de radiação. A chamada UVA é a mais abundante e presente ao longo do dia. “Ela bronzeia superficialmente (induz pigmentação da pele, promovendo o bronzeamento por meio do escurecimento da melanina), porém penetra mais profundamente na derme. Isso contribui para o envelhecimento precoce, que é uma alteração da orientação das fibras de elastina e de colágeno, que leva ao relaxamento e à perda de firmeza da pele e ao aparecimento de rugas”, explica Pryscilla Casagrande, coordenadora da PROTESTE. Segundo ela, essa radiação raramente causa vermelhidão, mas leva à formação de melanoma maligno e desordens pigmentares (cloasma e manchas pigmentadas).

Já a radiação UVB, que é mais intensa entre 10h e 16h, é considerada mais lesiva do que a radiação UVA. Em excesso, causa eritema (queimadura solar) e câncer de pele, atingindo, principalmente, pessoas de pele clara. “Ela age mais superficialmente na epiderme. A exposição frequente e intensa à radiação UVB pode causar lesões no DNA, além de aparentemente suprimir a resposta imunológica da pele. Desta forma, além de aumentar o risco de mutações fatais, manifestado sob a forma de câncer de pele, sua atividade reduz a chance de uma célula maligna ser reconhecida e destruída pelo organismo”, alerta Pryscilla.

Conheça os danos causados pelo excesso de sol

A exposição excessiva à radiação solar pode resultar em uma série de problemas no organismo:

– queimaduras ou eritema e outras alterações na pele. A queimadura pode variar de vermelhidão da pele à formação de bolhas graves e dolorosas, causada principalmente pela radiação UVB;

– câncer de pele (embora a radiação UVB seja o principal contribuinte, o risco gerado pela radiação UVA não pode ser negligenciado);

– envelhecimento prematuro da pele (causado pela radiação UVA);

– manchas escurecidas na pele (causadas pela radiação UVA).

– catarata: opacidade no cristalino do olho que leva à diminuição da visão e eventual cegueira.

Uso de protetor solar é fundamental para proteger a saúde

Para proteger a pele e o organismo das ações nocivas da exposição ao sol, o uso de protetor solar é fundamental. O produto reduz os efeitos nocivos da radiação ultravioleta, tendo ação preventiva na formação de queimaduras, câncer, manchas e envelhecimento da pele. O benefício é causado pela ação de filtros, que podem ser físicos (inorgânicos ou minerais) ou químicos (orgânicos).

Os protetores físicos proporcionam uma camada opaca, que reflete as radiações UV. “Neste grupo, temos o dióxido de titânio, o óxido de zinco e o silicato e óxido de magnésio. Cosmeticamente, esses produtos não são bem aceitos, por deixarem a pele com uma tonalidade esbranquiçada, já que não são absorvidos. Porém, como costumam ser menos irritantes para a pele, são muito utilizados em formulações voltadas para o público infantil e para pele sensíveis”, destaca Pryscilla.

á os filtros solares químicos são formados por moléculas orgânicas capazes de absorver a radiação UV. Eles podem ser absorvidos pela pele e causarem alergias ou irritações. “A maior parte dos produtos é uma combinação de protetores físicos e químicos, o que aumenta a eficiência”, explica a especialista.

De acordo com Pryscilla, o FPS (fator de proteção solar) indica a capacidade do produto em filtrar os raios UVB. “As formulações com FPS 15 filtram 93% dos raios UVB e as com FPS acima de 30 filtram 97% dos raios UVB. Não existe nenhum produto que promova 100% de proteção”, diz.

De acordo com o Consenso Brasileiro de Fotoproteção, publicado em 2014 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, é indicado o uso de protetor solar com FPS mínimo de 30. “Algumas pessoas mais sensíveis ao sol devem optar por produtos com FPS mais alto, acima de 50. É o caso de quem tem pele muito clara, antecedentes pessoais ou familiares de câncer de pele, em tratamento dermatológico ou contra doenças cutâneas”, orienta Pryscilla.

Saiba como escolher e usar o protetor de forma correta

Além do FPS, é importante observar as informações do rótulo, pois existem produtos formulados especialmente para pele oleosa e outros para pele seca. Em geral, produtos em gel, gel-creme, fluido e sérum têm textura mais leve e são mais adequados para peles mais oleosas. Já os cremes e loções são melhores para peles normais e secas.

Além disso, é importante seguir algumas recomendações

– aplique uma quantidade generosa do produto, distribuindo-o de maneira homogênea sobre a pele, de forma a cobrir todas as áreas expostas. O uso de pequenas quantidades impede uma efetiva fotoproteção. Usando uma camada muito fina, o FPS obtido se torna menor do que o indicado no rótulo;

– não se esqueça do dorso das mãos, ombros, orelhas e nuca (principalmente para quem tem cabelos curtos);

– aplique o protetor cerca de 10 a 15 minutos antes da exposição solar;

– reaplique o produto ao longo do dia, particularmente quando houver exposição à água e intensa transpiração. Em média, as reaplicações devem

– ser repetidas após intervalos de cerca de 2 horas;

– se bronzeou, protegeu pouco. Se a pele ficar mais escura, significa que o protetor solar não atuou de forma efetiva;

– preste atenção à data de vencimento dos produtos. Não use produtos vencidos e procure não guardar o protetor de um ano para o outro. Os filtros podem alterar-se e perder a eficácia;

– preste atenção ao cheiro do produto: se estiver diferente do de costume ou desagradável, jogue fora. A consistência e a aparência também são importantes para indicar a eficácia;

– não armazene o produto em geladeira. Mantenha o frasco muito bem fechado, à temperatura ambiente;

– por que guardar o produto no banheiro, que é o lugar mais úmido da casa? Dê preferência por uma área mais seca;

– se, mesmo aparentemente em boas condições, você tenha uma queimadura solar após utilizar o produto, é melhor não utilizá-lo para proteção solar.

Em casos de queimaduras mais graves, não deixe de procurar ajuda médica.

Por: Redação Proteste

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia

Pryscilla Casagrande, coordenadora da PROTESTE

Transcrito: https://minhasaude.proteste.org.br/protetor-solar-voce-sabe-por-que-e-como-usar/

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