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Por que sentimos sono depois do almoço?

Modo soneca ativado? Conheça as causas mais comuns dessa sonolência e veja o que devemos fazer para um cochilo restaurador e quando devemos ligar o sinal de alerta

Você é daquelas pessoas que sentem sono depois do almoço, quando o corpo fica mais pesado e um desejo quase irresistível de tirar um cochilo? Será que essa sensação é normal? Afinal, por que sentimos sono depois do almoço? Os especialistas explicam que é absolutamente normal sentir sono após o almoço e que esse estado de sonolência que costumamos ter na sequência das refeições é chamado cientificamente de letargia pós-prandial. A médica neurologista Lívia Leite Góes Gitaí, especialista em medicina do sono e em neurofisiologia clínica, explica que a sonolência pós-prandial é comum e existem várias hipóteses para o fenômeno.

Sono depois do almoço: a latência pós-prandial é normal, mas quando é muito intensa, pode interferir na rotina e aumentar o risco de acidentes – Foto: Reprodução/Internet

– Parece ser decorrente de múltiplos fatores, como o padrão circadiano, a quantidade e o horário da refeição, o tipo de alimento ingerido, o padrão de sono noturno e o estado geral de saúde, entre outros – aponta Lívia Gitaí, professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

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Entre os principais fatores conhecidos da sonolência pós-prandial estão:

– O sistema circadiano, que ajuda manter o alerta durante o dia e diminui um pouco sua atividade durante esse horário, que costuma coincidir com o término do almoço;

– Quantidades maiores de comida em uma única refeição, o que pode ocorrer pela necessidade do corpo em focar na digestão com mudanças no padrão de fluxo sanguíneo (privilegiando o sistema digestivo) e com a liberação de algumas substâncias;

– Refeição rica em carboidratos e proteínas, principalmente pela liberação de alguns aminoácidos;

– Ingestão de bebidas alcoólicas, pois o álcool reduz a latência (variação de tempo entre um estímulo e o início da resposta a esse estímulo) para o sono, embora prejudique a qualidade do sono;

– Quantidade e/ou qualidade do sono noturno comprometidas causam um estado de privação de sono que vai se refletir em maior sonolência e fadiga diurna, além de alterações do humor, cognitivas e diversas outras funções corporais;

– Condições médicas como depressão, apneia do sono e covid longa podem se manifestar com aumento da sonolência durante o dia.

Cuidados e benefícios de um cochilo após o almoço

Foto: Reprodução/Internet

A neurologista lembra que a sonolência pós-prandial leve é até normal, mas se é mais intensa, pode se tornar um problema que interfere na vida social, acadêmica ou profissional, principalmente se ocorre em situações que aumentam o risco de acidentes de trânsito ou de trabalho.

– É importante identificar se essa sonolência é, de fato, apenas pós-prandial ou acontece também em outros horários do dia, o que caracteriza um quadro de sonolência excessiva diurna e que precisa ser investigado clinicamente. Além disso, observar se está associada a outros sintomas ou condições médicas – adverte a médica.

Nos casos de sonolência fisiológica, a especialista esclarece que um cochilo após o almoço pode ser benéfico ao promover uma renovação do grau de alerta, melhorando a atenção, a concentração, o desempenho, o humor e o estado geral no período da tarde. No entanto, ainda há pesquisas tentando esclarecer melhor quais os impactos dessas sonecas na saúde.

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9 dicas para uma soneca restauradora!

1. Prefira cochilar entre 12 e 14h. Sonecas após 15 às 16h podem interferir no sono noturno;

2. As sonecas devem durar entre 20 e 30 minutos, para que não se entre na fase 3 do sono não-REM, que é a fase de sono profundo, que ocorre antes do chamado sono REM, de vigília. Isso reduz a chance de acordar cansado e com ainda mais sono, e ainda parece ser mais indicado para saúde cardiovascular e metabólica. Portanto, ative o despertador!

3. Além disso, o ideal é que a sesta ocorra pelo menos 8 horas antes da hora de deitar e dormir;

4. Procure um lugar tranquilo e reservado, onde possa dormir em uma posição confortável;

5. Modere sua alimentação, evitando grandes quantidade de comida em uma única refeição;

6. Mantenha uma alimentação balanceada e evite refeições com quantidade exagerada de carboidratos e proteínas;

7. Não consuma álcool durante essas refeições;

8. Procure assistência médica, caso a sonolência se prolongue ao longo do dia, impacte em algum aspecto da vida, aumente o risco de acidentes ou se desconfiar que a mesma pode estar associada a algum problema de saúde;

9. Caso seja necessário evitar a soneca diurna, em situações de sonolência mais leve e sem riscos funcionais, faça uma caminhada e se exponha a um ambiente muito iluminado.

Por:Úrsula Neves

Fonte:Lívia Leite Góes Gitaí (@dra.liviagitai) é médica, doutora em Neurologia pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP). Possui títulos de atuação em Medicina do Sono pela Associação Médica Brasileira (AMB) e de Neurofisiologia Clínica pela Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica (SBNC). É ainda professora associada da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Transcrito: https://ge.globo.com/eu-atleta/saude/reportagem/2023/10/31/c-por-que-sentimos-sono-depois-do-almoco.ghtml

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