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Monitor de frequências cardíaca: saiba mais sobre frequencímetros para treino

Um tema recorrente em salas de consultório de cardiologistas ligados ao esporte e médicos do esporte é o uso de dispositivos digitais para marcação e acompanhamento de variáveis fisiológicas durante o treinamento. Alguns têm o objetivo de acompanhar por metas de treinamento e outros, para não passar de frequências cardíacas seguras. Há também quem use para monitorar arritmias. Assim sendo, o American College of cardiology lançou um artigo de revisão recente com algumas com considerações importantes. Na nossa análise, destacam-se algumas conclusões.

1. O aumento do uso de dispositivos digitais de monitoramento pela população em geral levou à democratização do acesso a dados fisiológicos, que podem servir de alerta para que as pessoas procurem um médico quando forem apontadas arritmias e outras questões. No entanto, não são dados clínicos que possam ser usados por médicos, que devem pedir os exames necessários para dados mais acurados. Isso porque há muitos erros induzidos pelo ambiente não controlado em que as medições são feitas, pelas características das pessoas e pela própria forma de medição.

Monitor cardíaco ajuda, mas não deve ser avaliado sozinho, sem a realização de outros exames – Foto:Reprodução/Internet

2. A maioria dos dispositivos digitais mede a frequência cardíaca usando fotopletismografia óptica, ou seja, infravermelho, geralmente com fitas ou relógios no pulso ou no dedo, ou eletrocardiografia, geralmente na forma de cintas torácicas. Com o infravermelho, os erros de medição acontecem com frequência, já que os aparelhos são afetados pela umidade da pele, movimento, localização anatômica de medição e ajuste anatômico, entre outros muitos fatores;

3. A interpretação da frequência cardíaca usando valores absolutos não é recomendada. Os aparelhos leem a extrassístole, por exemplo, como uma batida normal do coração, apontando fraquência cardíaca aumentada (a popular taquicardia) mesmo quando não há. Isso porque a extrassístole é uma batida extra do coração comum em pessoas que ingerem muitas bebidas com cafeína ou que não dormem bem, e que vale ser investigada, mas é geralmente benigna. Por outro lado, as tendências medidas ao longo do tempo, quando integradas à história clínica, podem ser valiosas;

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4. Vários dispositivos digitais de monitoramento populares são aprovados para detecção de fibrilação atrial, ou seja, um tipo de arritmia cardíaca, a mais comum. Esses algoritmos não foram projetados, no entanto, para outras arritmias,. Ou seja, são úteis para fibrilação atrial, mas não devem dispensar a ida regular ao médico cardiologista e os exames anuais, que abarcam uma gama maior de arritmias;

5. Existem ou estão em desenvolvimento vários métodos de medições de pressão arterial vestíveis/usáveis, embora ainda seja necessária a validação em estudos e contextos antes que possam ser usados ​​amplamente;

6. O uso dos dispositivos para rastrear a contagem de passos demonstrou aumentar a atividade física e melhorar a composição corporal. Afinal, metas são estabelecidas e as pessoas andam mais para conseguir bater essas metas, o que é benéfico: quanto mais passos, melhor. Mas é importante saber que há uma grande variedade na precisão da contagem de passos baseada em relógios e afins, com base no fabricante, modelo, velocidade, ambiente de teste e localização do corpo. Ou seja, o dispositivo ajuda na melhoria da atividade física diária e na saúde, mas os números podem não ser precisos;

Foto:Reprodução/Internet

7. Os relógios e dispositivos como oxímetros usados ​​no pulso ou no dedo geralmente apresentam baixa precisão e tendem a superestimar o saturação de oxigênio, mas servem para dar um parâmetro;

8. A frequência respiratória pode ser medida usando cintas torácicas com biossensores para detectar o movimento da parede torácica ou, indiretamente, usando algoritmos. Não há dados publicados em grande escala que examinem a precisão da frequência respiratória usando os dispositivos digitais comuns durante o exercício;

9. Foi demonstrado que os dispositivos digitais melhoram a qualidade do sono relatada pelo paciente. Isso porque muitos deles emitem avisos na hora de desligar aparelhos eletrônicos como TV e celular, dormir, acordar, beber água, se exercitar, levando a pessoa a adotar hábitos mais saudáveis.

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10. Em geral, a interpretação dos dados requer consciência do contexto clínico e tendências individuais ao longo do tempo.

Logo, ainda precisamos ter uma certa cautela na interpretação desses dados fisiológicos que acompanhemos nos relógios e afins. Sempre é necessário ter ideia do histórico de doenças, metas de cada um e, principalmente, não ficarmos “neuróticos” com esse monitoramento.

Por: Mateus Freitas Teixeira

Fonte: Mateus Freitas Teixeira, Cardiologista do Vasco da Gama, é diretor da Sociedade de Medicina do Exercício e do Esporte do Rio de Janeiro e coordenador médico da Clínica Fit Center

Transcrito:https://ge.globo.com/eu-atleta/saude/post/2023/08/17/monitor-de-fequencia-cardiaca-saiba-mais-sobre-frequecimetros-para-treino.ghtml

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