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Máscara de tecido ou cirúrgica, de TNT: qual é melhor para esportes?

Especialistas respondem a dúvidas em relação às camadas e ao nível de proteção do acessório, além dos impactos no desempenho esportivo

O uso de máscara é obrigatório nas ruas, parques, orla e academias, além de outros estabelecimentos, para evitar a transmissão de Covid-19 por gotículas contaminadas pelo novo coronavírus. No entanto, aderir à essa medida se torna mais desafiador durante uma sessão de exercícios ao ar livre ou em academias. Tendo em vista a necessidade do uso da máscara durante a atividade física, você sabe qual tipo é o mais adequado para essas ocasiões? O EU Atleta consultou o médico infectologista Antônio Bandeira e o profissional de educação física e fisiologista do esporte Willemax Santos para falarem sobre os cuidados que se deve ter com as máscaras na hora de praticar atividade física e sobre os impactos que essa medida de proteção pode desencadear no desempenho esportivo.

– Máscaras de tecido de algodão são as mais recomendadas para a atividade física.

– Máscaras de cirúrgicas, de TNT, também podem ser usadas, mas são mais incômodas.

– A máscara de algodão deve ter no mínimo camada dupla, mas o ideal é que tenham três camadas:

Durante a atividade física ao ar livre, a máscara é indispensável para evitar a contaminação pelo novo coronavírus Foto: Internet

1. A camada mais interna deve ser feita com um algodão menos trançado, de 90 fios por polegada, para que possa absorver mais umidade;

2. A camada do meio e a camada externa devem ser feitas com um algodão mais trançado, de 180 fios por polegada, para minimizar a passagem de gotículas.

– A troca deve ser feita sempre que a máscara umedecer.

– Mesmo com máscara, a proteção não é total; por isso, as pessoas devem manter uma distância de 1,5 metro das outras.

– Máscaras antivirais feitas com tecido tratado com íons de prata apresentaram, em testes, uma eficácia de 99,9% na desativação de vírus na superfície do tecido em até 5 minutos, e podem ser usadas na corrida.

Segundo estudo conduzido no Departamento de Cardiologia da Universidade de Leipzig, na Alemanha, comparando a máscara cirúrgica e a FFP2/N95 e suas respostas cardiopulmonares e metabólicas durante um teste de esforço, foram observadas que ambas as máscaras promoveram uma redução acentuada no desempenho. Contudo, a máscara respiratória N95/FFP2 resultou em efeitos negativos mais expressivos na percepção subjetiva de esforço. E a máscara mais indicada seria a de tecido de algodão, que não foi testada, como veremos abaixo.

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– Apesar desses resultados, vale a pena destacar que a amostra foi composta por participantes do sexo masculino (médicos que trabalham em um hospital universitário) relativamente jovens e saudáveis. Portanto, esses resultados não podem ser extrapolados para outras populações, visto que os efeitos de máscaras faciais podem ser diferentes no desempenho de várias populações. Além isso, recomenda-se que o uso de máscara facial com filtro (N95/FFP2) deve ser feito por profissionais de saúde para ambientes de trabalhos específicos, sobretudo os que trabalham na linha de frente no combate à Covid-19. Portanto, estas não devem ser utilizadas pelo público para fins de exercícios – explica o profissional de educação física.

Diante do atual momento, pensando na proteção necessária na hora de praticar atividades físicas, Antônio Bandeira, coordenador do serviço de controle de infecção hospitalar do Hospital Aeroporto, da Bahia, aborda alguns pontos que merecem atenção. Confira.

Qual a melhor máscara para praticar exercício?

– A melhor máscara para praticar esporte é a de tecido de algodão, a qual permite a entrada de ar e a absorção da umidade. É muito importante saber que, quando se pratica exercícios, a troca da máscara deve ser feita a cada 40 minutos ou até menos, dependendo da intensidade da atividade física. Por isso, o praticante deve levar mais de uma máscara consigo quando for fazer exercícios. Caso a pessoa opte pela máscara cirúrgica, é possível utilizá-la por até seis horas seguidas, pois ela tem abertura lateral que permite a entrada de ar. A máscara que não deve ser utilizada para a prática esportiva é a respiratória N95/FFP2 – aponta o infectologista.

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O que oferece mais conforto para a prática esportiva?

– Em termos de conforto para a prática de esportes, é preciso ter em mente a necessidade de utilizar uma máscara que absorva a umidade, como a de tecido de algodão. Por conta dessa necessidade, a máscara de tecido sintético não é recomendada. Já a máscara cirúrgica, feita de TNT, pode ser utilizada, mas é mais incômoda que a de algodão. Vale ressaltar que muito do mal estar sentido durante a prática esportiva não tem nada a ver com a deficiência de oxigênio, a qual não ocorre, geralmente, esse mal estar está relacionado ao fato de ter um material extra no rosto. A dica é: não aperte muito a máscara e nem utilize materiais que apertem demasiadamente a face. Além disso, quando a máscara fica muito molhada, ela fica mais fria por conta da evaporação, o que dá a sensação de mal estar. Levando esses fatores em conta, o mal estar será amenizado conforme a pessoa vá trocando de máscara durante o exercício – explica Antônio Bandeira.

A máscara esquenta e faz o atleta suar mais?

– Utilizar a máscara durante o exercício não esquenta o rosto, pois tanto as máscaras de tecido quanto as cirúrgicas ventilam muito. No entanto, o uso da máscara faz com que a pessoa transpire mais, pois há uma quantidade maior de vapor d’água sendo liberada, dessa forma, a máscara fica mais úmida. Se o tecido da máscara não for capaz de absorver a umidade da mesma, a pele do praticante de atividade física ficará muito molhada, causando incômodo. Por isso, recomendamos a máscara de algodão para a prática esportiva – informa o médico.

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Quantas camadas a máscara deve ter e qual a função de cada uma?

– O ideal é que a máscara de tecido contenha três camadas, cada uma delas tendo uma utilidade. A camada mais interna deve ser feita com um algodão menos trançado, para que ela possa absorver mais umidade; a camada do meio e a camada externa podem ser feitas com um algodão mais trançado, para que haja um efeito mais forte do ponto de vista de redução da passagem de gotículas. Por isso, uma máscara deve ter, no mínimo, duas camadas, mas o ideal é que tenha três. A camada mais interna pode ser feita com um algodão de 90 fios por polegada, já as duas camadas restantes (do meio e externa), podem ser feitas de fios mais trançados, com um algodão de 180 fios por polegada, por exemplo – explica o especialista.

Qual o nível de proteção das máscaras?

– O nível de proteção só pode ser garantido nas máscaras respiratórias N95/FFP2, as quais contam com 95% de filtragem do ar inspirado. A máscara cirúrgica também possui um elevado nível de proteção, pois ela tem uma camada filtrante na parte central. Já as máscaras de tecido, possuem uma proteção relativa, por isso, orientamos que as pessoas mantenham uma distância de 1,5 metro de outras pessoas. As máscaras de tecido não têm uma proteção igual a das máscaras filtrantes, mas elas podem se aproximar muito se houver três camadas de algodão ou duas camadas de algodão mais internas e uma de seda na parte mais externa – aponta o infectologista.

Além disso, caso a pessoa vá correr, Antônio informa que a orientação é para que, além de respeitar o distanciamento, ela não corra atrás de outras pessoas em linha reta, mas sim do lado, para evitar se expor ao vapor que os corredores à frente estão soltando.

A máscara se tornou um item fundamental para quem pratica atividade física fora de casa — Foto: Internet

As máscaras antivirais com íons de prata são eficazes?

Segundo testes realizados pela Unicamp, as máscaras antivirais feitas com tecido tratado com íons de prata apresentaram uma eficácia de 99,9% na desativação de vírus na superfície do tecido em até 5 minutos. De acordo com o infectologista, quando se coloca íons de prata impregnados, eles têm um efeito muito bom em termos de ação microbicida, ajudando bastante na proteção do usuário. Além disso, esse tipo de máscara evita a contaminação indireta pelo novo coronavírus.

Amarrar um pano ou uma bandana no rosto é suficiente?

De acordo com o médico, para proteger o usuário do contato com partículas virais, as máscaras devem ter pelo menos duas camadas de tecido. Portanto, amarrar um pano ou uma bandana na face não é suficiente para evitar a contaminação pelo novo coronavírus.

Dicas e cuidados durante a prática esportiva

De acordo com Willemax Santos, no atual momento, o impacto da utilização de máscaras nas práticas esportivas é alvo de bastante discussão na comunidade científica. Afinal, não há impacto na saúde e a máscara segue fundamental para evitar o coronavírus, mas o desempenho pode ser sim afetado pelo maior esforço respiratório.

– Apesar de um estudo defender que a intensidade do exercício alcançada por cada participante foi equivalente e independente do uso de máscara, segundo o documento do British Journal of Sports Medicine (BJSM) e dados de algumas pesquisas limitantes, o uso de máscaras faciais durante uma sessão de exercícios pode trazer problemas de desconforto respiratório em potencial, na capacidade de gerar potência máxima, no consumo máximo de oxigênio relativo (VO2máx/kg) e em outros parâmetros respiratórios (capacidade vital forçada, volume expiratório forçado em 1 segundo, redução do pico expiratório). Além disso, a redução do desempenho pode ser atribuída à elevação da frequência cardíaca, a eventuais tonturas, bem como ao aumento da temperatura corporal – explica o fisiologista do esporte.

Por isso, Willemax ressalta que existem alguns pontos a serem considerados em relação à prática esportiva nesse momento de pandemia. Confira alguns cuidados necessários:

> Certifique-se de que a cobertura do seu rosto seja confortável e segura antes de sair de casa, para limitar a necessidade de reajustá-la e tocar no seu rosto;

> Leve outras máscaras durante as sessões de exercícios para substituir aquela que ficou úmida devido ao acúmulo de umidade da respiração exalada;

> Remova a máscara corretamente após os exercícios, desatando-a por trás, e evite tocar na área frontal, principalmente na camada interna;

> Após remover a máscara, ou em caso de toque indesejado, lave ou higienize as mãos;

> Se estiver febril, não se exercite devido às complicações cardiorrespiratórias que podem ocorrer;

> Lembre-se de lavar a máscara regularmente, de preferência passe-a a seco e não reutilize máscaras projetadas para uso único (caso das cirúrgicas);

> As pessoas com problemas cardíacos ou pulmonares devem se exercitar com uma intensidade mais baixa do que o habitual enquanto usam máscaras para evitar eventos adversos. Elas devem ter consciência da respiração durante o exercício e reduzir a intensidade ou fazer uma pausa quando sentirem que a taxa de trabalho é muito alta ou se estiverem com tontura.

Por: Marina Borges, para o Eu Atleta — Bauru, São Paulo

Fonte: Antônio Bandeira, infectologista

Willemax Santos, profissional de educação física e fisiologista do esporte

Antônio Bandeira, coordenador do serviço de controle de infecção hospitalar do Hospital Aeroporto, da Bahia

Transcrito: https://globoesporte.globo.com/eu-atleta/treinos/noticia/mascara-de-tecido-ou-descartavel-de-tnt-qual-e-melhor-para-esportes.ghtml

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