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Cozinhar, optar por alimentos naturais e se mexer diminuem fatores de risco para a obesidade

Excesso de peso pode ter ligação com genética, alterações hormonais, sedentarismo, estresse e más escolhas de alimentação. Fique atento

A obesidade e o excesso de peso são crescentes em todo o mundo, mas cada população engorda de “causas” diferentes: desequilíbrio entre ingestão alimentar e gasto energético, alimentação em excesso, má qualidade e maior quantidade alimentar, genética, alterações hormonais, sedentarismo, estresse. O que mais determina este desequilíbrio é o estilo de vida, principalmente a qualidade e a quantidade dos alimentos e o sedentarismo.

É o momento de maior oferta de alimentos em todo mundo, ingerimos mais fast food, alimentos ultraprocessados que possuem alta densidade energética e estamos mais estressados e ansiosos. O Brasileiro em especial vem aumentando o peso e a ingestão energética com a associação de carboidratos e gorduras (pizza, risoto, pastel frito, batata frita, tortas, salgadinhos) e por ter ficado menos ativo, menos movimento no dia a dia, avanço tecnológico, melhora nos meios de transporte, usam mais escada rolante do que a “tradicional”. Não existe um vilão.

A alimentação do dia a dia está mais elaborada (mais queijos, frituras, creme de leite e manteiga), “gourmetizada”. Estamos ingerindo na semana preparações antes utilizadas em situações especiais, em eventos e somente no final de semana. Temos muitos acompanhamentos. O vilão não é o pão, mas o recheio, o que colocamos dentro. A população era mais magra quando comia o arroz com feijão, a alimentação era mais simples, cozinhávamos mais.

Segundo publicação recente da ABESO, nos Estados Unidos a baixa renda familiar está associada a maior probabilidade de obesidade e diabetes. Esta forte correlação negativa se desenvolveu principalmente nos últimos 30 anos. Dados observados em uma pesquisa realizada por pesquisadores do Tenesse e de Londres. Desde a década de 1990 tem havido um crescimento da obesidade e do diabetes nas regiões mais pobres dos EUA. Acredita-se que seja o fácil acesso a alimentos contendo xarope de milho rico em frutose (principal adoçante de bebidas e refrigerantes) pode estar gerando estes maiores níveis de obesidade. O consumo global de açúcar na dieta americana aumentou gradualmente no século XX, passando de 12% da energia alimentar dos EUA em 1909 para 19% no ano 2000.

Young woman standing in a kitchen and adding olive to vegetable salad

No Brasil, dados do VIGITEL (sistema de vigilância telefônica em 26 estados e no Distrito Federal com maiores de 18 anos), registrou que cerca de 53,8% da população apresenta excesso de peso (mais prevalente em homens) e 18,9% de obesos. O Rio de Janeiro é a maior cidade em diagnóstico de Diabetes.

Observou-se aumento da prática de atividades físicas no tempo livre/ lazer de 24,1% no período de 2009 a 2017 e uma queda de 52,8% no consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas entre 2007 e 2017. Estabilidade no consumo de álcool. Aumento do consumo de frutas e hortaliças principalmente por mulheres, redução da ingestão de refrigerante e sucos artificiais, aumento da atividade física em lazer

 

Com o aumento da obesidade infantil nos últimos anos foi revista a recomendação do suco natural da alimentação de bebês e crianças, passando de mocinho a vilão, devido ao alto teor de glicose/frutose e maior densidade energética presente no suco natural. A ingestão de suco também poderia prejudicar a aceitação das frutas in natura e aumentar o risco das mães também substituírem estes sucos naturais por sucos de caixinha ricos em açúcares.

A manutenção de um peso “saudável” está cada vez mais distante. A densidade energética das preparações somada ao sedentarismo, consumo de bebida alcoólica e ao estresse diário vêm colaborando para o aumento do sobrepeso, obesidade e avanço das doenças crônicas como cardiopatias, hipertensão, diabetes, alguns tipos de câncer. Descubra quais são seus “pontos fracos e fortes”, onde você se boicota, quais as suas dificuldades e tropeços, como reduzir seu nível de estresse e ansiedade. Aumente seus prazeres.

É fundamental que você modifique seu estilo de vida. Procure: cozinhar mais; ingerir mais alimentos naturais e menos ultraprocessados; aumente a ingestão de alimentos integrais; tenha maior variedade de grupos alimentares – mais colorido; aumente o consumo para pelo menos 5 porções de frutas, verduras e legumes; reduza o tamanho das porções; fique mais ativo e faça exercício físico regularmente. A prática regular de exercício físico, pelo menos 150 horas semanais, associada à dieta balanceada é fundamental para manutenção de estilo de vida saudável e promoção da saúde.

Por: Cris Perroni — Rio de Janeiro

Fonte: Nutricionista formada pela UFRJ e pós-graduada em obesidade e emagrecimento. Tem especialização em nutrição clínica pela UFF, especialização em nutrição esportiva pela Universidade Estácio de Sá e trabalha com consultoria e assessoria na área de nutrição. (Foto: EuAtleta)

Transcrito: https://globoesporte.globo.com/eu-atleta/nutricao/post/2018/12/31/cozinhar-mais-optar-por-alimentos-naturais-e-se-mexer-diminuem-fatores-de-risco-para-a-obesidade.ghtml

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