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Como evitar a queda dos níveis de vitamina D durante os dias mais curtos do inverno

Exposição ao sol é a principal forma de manutenção dos valores recomendados e pode ser alcançada com alguns ajustes na rotina, como almoçar ao ar livre ou em frente a uma janela

Com a chegada do inverno nesta sexta-feira, 21 de junho, os dias ficam mais curtos e escuros, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. Com o frio, também há a tendência de as pessoas se manterem menos tempo ao ar livre, protegendo-se em ambientes fechados. Por isso, durante essa época do ano cresce a preocupação com a falta de exposição ao sol e a consequente queda de vitamina D no sangue, que pode aumentar os riscos de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.

Mas o coordenador do Departamento de Atividade Física e Exercício da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), Carlos Alberto Werutsky, afirma que é possível passar pelo inverno sem grandes problemas.

– Quando há uma queda sazonal nos níveis da vitamina D, ou seja, durante dois ou três meses, como no inverno, e em seguida há uma recuperação, não existe, a rigor, um risco à saúde – esclarece.

Para evitar impactos nos valores indicados para jovens adultos e pessoas fisicamente ativas (entre 20 e 30ng/mL), a principal recomendação do médico nutrólogo é: exponha-se ao sol. Werutsky explica que alimentos como azeites, peixes e gema de ovo apresentam uma grande concentração de vitamina D. No entanto, a exposição solar é responsável por 90% da manutenção dos níveis adequados à saúde.

– É preciso ficar ao sol, sem protetor, por 30 minutos, no mínimo quatro dias da semana. O horário ideal é entre 10h e 14h. Pode usar um boné para proteger o rosto, mas deixe pernas e braços descobertos e sem filtro solar – recomenda o médico.

Durante o inverno, Werutsky sugere aproveitar o horário do almoço para ficar em dia com a exposição ao sol. A dica dele é sentar-se em frente a uma janela com os braços expostos ou sair para dar uma volta no quarteirão. Já nos finais de semana, a recomendação é praticar uma atividade física ao ar livre, sempre deixando alguma parte do corpo descoberta.

Casos que merecem atenção

O nutrólogo explica que, na maioria dos casos, o exame de sangue durante o check-up anual é suficiente para monitorar os níveis de vitamina D no organismo. Segundo ele, há riscos para a saúde quando a redução abaixo dos níveis de referência acontece de forma crônica ao longo do ano. Idosos e pessoas que apresentem densidade mineral óssea reduzida ou sejam pré-diabéticas também inspiram cuidados.

Esses casos requerem um controle sanguíneo regular e um acompanhamento médico também no inverno, para evitar grandes quedas nos níveis de vitamina D durante a estação.

– Há um risco aumentado de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e, principalmente entre pessoas ativas fisicamente, fadiga muscular – completa.

Werutsky também chama atenção para a situação de atletas de alto rendimento. Quando comparados à população em geral, praticantes de esportes como maratonas e enduro, por exemplo, apresentam uma demanda maior por vitaminas, incluindo a D, e sais minerais. Por isso, sob prescrição médica, podem ser indicados suplementos para esses atletas.

– Mas é sempre importante destacar que a vitamina D é lipossolúvel, se dissolve na gordura animal. Se a pessoa fizer uma reposição e não se expuser ao sol, há o risco de intoxicação, porque a vitamina ficará inativa. Também não adiantará comer muito peixe e não pegar sol. Não tem como escapar. Tem que se expor ao sol – conclui o nutrólogo.

Por: Gabriela Bittencourt, EU Atleta — País de Gales

Fonte: Carlos Alberto Werutsky, coordenador do Departamento de Atividade Física e Exercício da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran)

Transcrito: https://globoesporte.globo.com/eu-atleta/noticia/como-evitar-a-queda-dos-niveis-de-vitamina-d-durante-os-dias-mais-curtos-do-inverno.ghtml

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