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Como as mudanças climáticas afetam a saúde da população

Dois grupos sofrem mais com o aquecimento global e as oscilações bruscas de temperatura: o grupo das crianças e dos idosos.

As mudanças climáticas afetam, e muito, a nossa saúde. Não é à toa que a expressão ‘emergência climática’ foi escolhida como ‘palavras do ano’ por um dos dicionários mais importantes da língua inglesa.

Dois grupos sofrem mais com o aquecimento global e as oscilações bruscas de temperatura: o grupo das crianças e dos idosos. De acordo com a bióloga e pesquisadora de poluição da Universidade de São Paulo Mariana Veras, isso acontece porque as crianças têm o sistema de regulação da temperatura imaturo e, por isso, levam mais tempo para se adaptar às mudanças. Já os idosos têm o sistema imunológico mais fraco.

“O sistema de controle da temperatura corporal precisa amadurecer para ser eficiente. Outros grupos também são sensíveis: pessoas que já têm uma doença e os idosos”, diz Mariana Veras.

As mudanças estão diretamente associadas à poluição do ar. Esse tipo de poluição está associado a peso baixo em recém-nascido, menor função respiratória em crianças e maiores taxas de hospitalizações.

As mudanças climáticas e as crianças

Um estudo da revista Lancet explica que há muito que podemos fazer para que o mundo não seja um lugar de incertezas, em que as crianças tenham que lutar para sobreviver, mas sim um mundo que tenha todas as condições para que elas se desenvolvam.

Se continuarmos no caminho atual, uma criança nascida hoje viverá num mundo quatro graus mais quente. A produção da agricultura será afetada e, com menos comida, mais crianças serão malnutridas.

A poluição do ar, que já é ruim em 90% das cidades, vai piorar, afetando o coração e os pulmões das crianças.

As crianças também vão enfrentar mais ondas de calor no mundo, fortes tempestades, mais doenças infecciosas.

Por causa da mudança climática, mais famílias terão de imigrar de seus locais de origem e suas crianças estarão mais expostas à pobreza e a doenças mentais.

Mas o estudo explica que o futuro não precisa ser assim. Se houver um esforço global para limitar o aumento da temperatura a menos de dois graus, a vida das crianças nascidas hoje será melhor.

O uso de energia limpa permitiria que, aos seis anos, a criança pudesse respirar um ar mais puro. Novos meios de transporte fariam as cidades lugares mais seguros quando a criança chegasse aos 21 anos. E aí então, talvez aos 30 anos, essa criança pudesse viver em um mundo com zero emissões de poluentes na atmosfera, o que salvaria as outras gerações.

O que fazer para melhorar?

A pesquisadora dá algumas dicas:

. Diminuir o uso do carro

. Fazer reciclagem e descartar corretamente o lixo

. Diminuir o consumo de carne

. Consumir menos energia

. Consumir energia limpa

. Reduzir o plástico

. Reutilizar os produtos

Por : G1 — São Paulo

Fonte: Mariana Veras, bióloga e pesquisadora de poluição da Universidade de São Paulo

Transcrito: https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/12/06/como-as-mudancas-climaticas-afetam-a-saude-da-populacao.ghtml

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