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Como a genética influencia na dieta e pode ser uma aliada na manutenção do peso ideal no fim do ano

Especialista explica porque é comum sentir dificuldade em manter o peso diante de tantas opções de festas e confraternizações

Atualmente, a cada ano aparecem novas dietas da “moda”. Low-carb, cetogenica, jejum intermitente paleolítica, etc. Diante de tantas informações, as pessoas se sentem confusas do que é melhor para o próprio corpo e como podem se manter no peso ideal e com saúde. Na verdade, não existe uma dieta ideal que funcione para todo mundo. Cada um possui uma genética única e essa genética irá influenciar de maneira direta no funcionamento da dieta.

Um exemplo, são as pessoas que possuem uma variação genética no gene FTO (Fat mass and obesity-associated protein). Esse gene está associado a obesidade e sobrepeso e as pessoas que apresentam essa variante, possuem uma maior tendência ao ganho de peso e acumulo de gordura corporal. Além disso, são pessoas que apresentam uma dificuldade de saciedade, ou seja, em ocasiões onde a oferta de alimentos e grande, terão dificuldade de se controlarem.

Para essas pessoas, uma diminuição dos carboidratos não ajuda na dieta, pelo contrario, pode prejudicar. O indicado nesse caso e uma restrição das gorduras saturadas e a utilização de alimentos ricos em fibras que ajudem no processo de saciedade. A boa noticia, e que quem possui essa variante do gene FTO, responde muito bem aos exercícios. Para essas pessoas a atividade física e o principal aliado no controle de peso.

Existe uma outra variante genética no gene MC4R, que esta associada a uma maior dificuldade de entrar em uma dieta. Para essas pessoas, a comida possui um aspecto quase que emocional e uma dieta e algo que passa a ser um grande sacrifício. Para essas pessoas, uma dieta restritiva pode ser muito prejudicial e acabar tendo um efeito oposto. Nesses casos, uma dieta equilibrada e com muita fibra, acaba sendo muito efetiva. Além do estimulo a realização de alguns hobbies e atividades que deem prazer além da comida.

A grande chave para o sucesso da dieta e o autoconhecimento. Ao conhecermos bem o organismo, o que faz bem e o que não faz, nessa época corrida e de rotina alterada, faz toda a diferença. Não precisamos nesses momentos seguir um cardápio restrito, mas sim o bom senso, respeitando o ritmo do corpo. E não esquecer que o exercício diário e o sono são importantes aliados da saúde em todas as épocas do ano.

Referências:

Tan, L. J., Zhu, H., He, H., Wu, K. H., Li, J., Chen, X. D., … Deng, H. W. (2014). Replication of 6 obesity genes in a meta-analysis of genome-wide association studies from diverse ancestries. PLoS ONE, 9(5).
Meisel, S. F., & Wardle, J. (2014). “Battling my biology”: Psychological effects of genetic testing for risk of weight gain. Journal of Genetic Counseling, 23(2), 179–186.

Por: Lia Kubelka — Florianópolis

Fonte: Mestre em biotecnologia e doutora em biologia celular e do desenvolvimento com habilitação em genética molecular humana pela UFSC. É membro da American Society of Human Genetics e do Institute for Functional Medicine. Hoje é diretora técnica do Biogenetika, centro de medicina individualizada (Foto: EuAtleta)

Transcrito: https://globoesporte.globo.com/eu-atleta/saude/post/2018/12/13/como-a-genetica-influencia-na-dieta-e-pode-ser-uma-aliada-na-manutencao-do-peso-ideal-no-fim-do-ano.ghtml

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