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Cardápios para bebês de 6 meses a 2 anos: alimentos, consistência e dicas para pais e mães

Guia Alimentar para Crianças Menores de 2 anos, lançado pelo Ministério da Saúde, explica o que deve ser oferecido em cada refeição do dia e dá orientações para garantir uma nutrição saudável

Nesta última quarta-feira (13/11), o Ministério da Saúde lançou o Guia Alimentar para Crianças Menores de 2 anos, que já está disponível gratuitamente para download na internet. O guia faz parte da a 1ª Campanha Nacional de Prevenção da Obesidade Infantil, que busca uma mudança do atual cenário brasileiro, no qual, segundo dados no próprio Ministério, três a cada 10 crianças atendidas pelo Sistema Único de Saúde estão acima do peso. São 270 páginas que abordam questões como a importância da amamentação exclusiva até os 6 meses, mas que oferecem orientações também para os responsáveis por crianças não amamentadas. O guia ensina como higienizar alimentos, explica o que é um produto ultraprocessado e instrui didaticamente sobre cada detalhe relativo à introdução de alimentos até os dois anos, da consistência às combinações mais nutritivas. Para além disso, oferece um cardápio adequado para cada faixa etária, que o EU Atleta reproduz aqui para os pais, mães e responsáveis em busca de orientação nessa hora tão delicada e importante: para 6 meses, para 7 a 11 meses, para 1 a 2 anos e para crianças veganas ou vegetarianas. Afinal, aquilo que se come faz toda a diferença na saúde da criança e na do adulto que ela se tornará, lembrando que obesidade causa diabetes do tipo 2, doenças cardiovasculares e hipertensão, entre outras doenças crônicas não transmissíveis.

Segundo estudo recente publicado por pesquisadores da Universidade do Tennessee no periódico científico Economics and Human Biology, o excesso de peso tem raiz na infância e está relacionado com o consumo excessivo de açúcar nessa etapa da vida. No Brasil, 4,4 milhões de crianças estão acima do peso, segundo o Ministério da Saúde. Dessas, mais de 2 milhões têm sobrepeso, cerca de 1 milhão tem obesidade e em torno de 750 mil crianças sofrem com obesidade infantil grave. Entre os menores de 5 anos, cerca de 15,9% têm excesso de peso. Por isso, o Guia destaca 12 passos para uma alimentação saudável:

1.Amamentar até 2 anos ou mais, oferecendo somente o leite materno até 6 meses;

2.Oferecer alimentos in natura ou minimamente processados, além do leite materno, a partir dos 6 meses;

3.Oferecer água própria para o consumo à criança em vez de sucos, refrigerantes e outras bebida açucaradas. Segundo dados do Ministério da saúde, 33% das crianças até dois anos já tomaram bebidas adoçadas, e esse quadro precisa mudar;

4.Oferecer a comida amassada quando a criança começar a comer outros alimentos além do leite materno;

5.Não oferecer açúcar nem preparações ou produtos que contenham açúcar à criança até 2 anos de idade;

6.Não oferecer alimentos ultraprocessados para a criança. Segundo o Ministério da Saúde, 50% das crianças nessa faixa etária já consumiram produtos ultraprocessados, como iogurtes industrializados e queijinhos petit suisse;

7.Cozinhar a mesma comida para a criança e para a família;

8.Zelar para que a hora da alimentação da criança seja um momento de experiências positivas, aprendizado e afeto junto da família;

9.Prestar atenção aos sinais de fome e saciedade da criança e conversar com ela durante a refeição;

10.Cuidar da higiene em todas as etapas da alimentação da criança e da família;

11.Oferecer à criança alimentação adequada e saudável também fora de casa;

12 Proteger a criança da publicidade de alimentos.

Dicas importantes do guia:

Desembale menos, descasque mais. Ao cozinhar, você sabe que ingredientes está usando, diferente do que acontece com alimentos industrializados;

Para identificar se um alimento é ultraprocessado, você deve olhar a lista de ingredientes no rótulo do produto. Quanto mais ingredientes, mais processado. Se o produto tiver mais do que cinco ingredientes, incluindo alguns com nomes estranhos, é provável que seja ultraprocessado. Importante: o primeiro ingrediente que aparece é o que existe em maior quantidade, e o último é o que existe em menor quantidade no produto. Se houver sal ou açúcar perto do início da lista, o produto certamente é nutricionalmente desequilibrado;

Prefira alimentos típicos da sua região e que estejam na época;

Se a criança recusar um alimento, volte a oferecê-lo após alguns dias. O paladar precisa se acostumar. Se continuar recusando, mude a forma de cozinhá-lo;

Ofereça a colher para a criança e deixe que ela se alimente também com as mãos, para estimular autonomia e coordenação motora;

Observação importante: o leite materno segue podendo ser oferecido sempre que a criança quiser, até 2 anos ou mais;

Importante diferenciar: um pão francês ou pão careca, por exemplo, são considerados processados, já o pão de fôrma ou bisnaguinha industrializados são ultraprocessados;

Varie os alimentos. Ofereça verduras, legumes e leguminosas diferentes a cada refeição;

Converse com o pediatra para ajustar o cardápio às necessidades individuais da criança e aos hábitos da família. Mas abaixo damos orientações gerais retiradas do Guia Alimentar para Crianças Menores de 2 anos.

Cardápios do Guia Alimentar para Crianças Menores de 2 anos

Aos 6 meses

Café da manhã — leite materno

Lanche da manhã — fruta e leite materno

Almoço – é recomendado que o prato da criança tenha:

1 alimento do grupo dos cereais ou raízes ou tubérculos;

1 alimento do grupo dos feijões;

1 ou mais alimentos do grupo dos legumes e verduras;

1 alimento do grupo das carnes e ovos;

Junto à refeição, pode ser dado um pequeno pedaço de fruta.

Quantidade aproximada da refeição: duas a três colheres de sopa no total. Essa quantidade serve para a família ter uma referência, mas as características individuais da criança devem ser respeitadas. Os alimentos devem ser bem amassados com o garfo, mas não devem ser peneirados ou batidos no liquidificador. A carne deve estar bem cozida.

Lanche da tarde — fruta e leite materno

Jantar — leite materno

Antes de dormir — leite materno

7 a 11 meses

Café da manhã — leite materno

Almoço e jantar – é recomendado que o prato da criança tenha:

1 alimento do grupo dos cereais ou raízes ou tubérculos;

1 alimento do grupo dos feijões;

1 ou mais alimentos do grupo dos legumes e verduras;

1 alimento do grupo das carnes e ovos;

Junto à refeição, pode ser dado um pequeno pedaço de fruta.

Importante:

1. Aos 7 e 8 meses, os alimentos devem ser menos amassados do que antes, e não devem ser peneirados ou batidos no liquidificador. A carne deve estar bem cozida. A quantidade aproximada de cada refeição deve ser de três a quatro colheres de sopa no total. Essa quantidade serve para a família ter uma referência, mas as características individuais da criança devem ser respeitadas.

2.Dos 9 aos 11 meses, os alimentos já podem ser picados, e na mesma consistência dos alimentos da família. A carne pode ser desfiada. A quantidade aproximada de cada refeição passa a ser de quatro a cinco colheres de sopa no total. Essa quantidade serve para a família ter uma referência, mas as características individuais da criança devem ser respeitadas.

Lanche da tarde — fruta e leite materno

Antes de dormir — leite materno

1 a 2 anos

Café da manhã –

Fruta e leite materno ou

Cereal (pães caseiros ou processados, aveia, cuscuz de milho) e leite materno ou

Raízes e tubérculos (aipim/macaxeira, batata doce, inhame) e leite materno.

Lanche manhã — fruta e leite materno

Almoço e jantar – é recomendado que o prato da criança tenha:

1 alimento do grupo dos cereais ou raízes ou tubérculos;

1 alimento do grupo dos feijões;

1 ou mais alimentos do grupo dos legumes e verduras;

1 alimento do grupo das carnes e ovos;

Junto à refeição, pode ser dado um pequeno pedaço de fruta.

Importante: Os alimentos já podem ser oferecidos na mesma consistência dos alimentos da família. A quantidade aproximada de cada refeição passa a ser de cinco a seis colheres de sopa no total. Essa quantidade serve para a família ter uma referência, mas as características individuais da criança devem ser respeitadas.

Lanche da tarde –

Fruta e leite materno ou

Cereal (pães caseiros ou processados, aveia, cuscuz de milho) e leite materno ou

Raízes e tubérculos (aipim/macaxeira, batata doce, inhame) e leite materno.

Antes de dormir — leite materno

Crianças veganas ou vegetarianas

O leite materno segue tendo fundamental importância.

Café da manhã e lanches são semelhantes. Mas no almoço e jantar, diariamente, devem estar presentes:

1 alimento do grupo dos cereais ou raízes ou tubérculos;

1 alimento do grupo dos feijões;

2 ou mais alimentos do grupo dos legumes e verduras, sendo um vegetal folhoso verde-escuro e um legume, pelo menos;

1 alimento do grupo das frutas. Uma fruta rica em vitamina C após a refeição é importante para aumentar a absorção de ferro dos alimentos de origem vegetal.

Observação importante: nesse caso, deve ser dada atenção especial à vitamina B12, que não está presente em alimentos de origem vegetal e pode ter que ser suplementada.

Por: EU Atleta — Rio de Janeiro

Fonte: Ministério da Saúde

Transcrito: https://globoesporte.globo.com/eu-atleta/nutricao/noticia/cardapios-para-bebes-de-6-meses-a-2-anos-alimentos-consistencia-e-dicas-para-pais-e-maes.ghtml

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