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9 sinais de que você precisa descansar

Psicóloga e médico do esporte listam sintomas de “alerta de cansaço”, que mostram quando é hora de tirar o pé do acelerador e buscar ajuda para recolocar a saúde física e mental nos trilhos

Home office, trabalho híbrido, presencial, tarefas domésticas, ser mãe, pai, amigo, dono de pet, ufa! São muitas as exigências do dia a dia, e algumas nós mesmos nos impomos, sem às vezes perceber o quanto elas consomem de energia e até da nossa saúde. A crise econômica, os tempos de pandemia e as mudanças nas relações de trabalho, dentre outros fatores, geram tensão constante. Após dois anos de pandemia de Covid-19, problemas como ansiedade e depressão aumentaram em consequência do confinamento e preocupações com saúde mental entraram no radar do brasileiro. Mas como detectar quando você atingiu o seu limite? O Eu Atleta conversou com uma psicóloga e um médico do esporte para nos ajudar a reconhecer alguns sinais a que devemos ficar atentos.

Não respeitar o horário de trabalho, trabalhando muito mais horas no home office, pode levar a uma baixa de energia — Foto: Istock Getty Images

Devido à sobrecarga de tarefas e a uma dinâmica agitada na vida, muitos não escutam as mensagens que o próprio corpo envia. De acordo com a psicóloga Larissa Meilick, quando seu corpo ultrapassa a capacidade de processar informações e sofre algumas consequências mentais ele pode dar vários sinais. Ela destaca os sete primeiros, e o médico do esporte Fábio Peralta ressaltou ainda dois outros sinais que podem ser levados em consideração pelo alerta do “cansaço”. Vamos conhecê-los?

1. Falta de concentração

A capacidade cognitiva diminui, podendo causar falta de foco e memória. Muitas pessoas tendem a querer forçar a mente a produzir. Mas isso é improdutivo. Às vezes tudo o que a mente precisa é de um descanso. Nesse caso, a prática da meditação pode ser um divisor de águas. Você já experimentou meditar? Traz vários benefícios.

– A Terapia Cognitivo Comportamental ajuda a buscar maneiras de redirecionar a atenção, reconstruir crenças e de se sentir novamente capaz de realizar tarefas e até mesmo de ser sociável com outras pessoas e serve como tratamento para a falta de concentração – explica a especialista.

2. Sono ruim

Sabe quando a gente acorda depois de uma noite normal de sono, mas parece que nem dormiu? — Foto: Reprodução/ Internet  

Dormir mal é um problema na vida de muita gente, seja por insônia ou excesso de sono. Em algum momento ao longo das suas vidas, muitos adultos sofrem de insônia (aguda) de curta duração, que dura dias ou semanas. Geralmente, resulta de estresse ou de um evento traumático. Mas algumas pessoas têm insônia (crônica) de longo prazo que dura um mês ou mais. A insônia pode ser o principal problema ou pode estar associada a outras doenças ou medicamentos. E mesmo quem dorme a noite toda pode sofrer com o sono ruim, não reparador. Sabe quando a gente acorda depois de uma noite normal de sono, mas parece que nem dormiu?

– Mudanças simples nos seus hábitos diários, geralmente, podem ajudar. Parar a tempo é um sinal de sabedoria e amor por si mesmo, pelos que dependem de você e os que se importam com você – comentou.

Sinais e sintomas de insônia podem incluir:

Dificuldade em adormecer à noite;

Acordar durante a noite;

Acordar antes do despertador;

Sensação de sono não reparador;

Fadiga (cansaço) diurna ou sonolência;

Dificuldade em manter a atenção ou em concentrar

Propensão para um maior esquecimento das tarefas;

Irritabilidade, depressão ou ansiedade;

Aumento de erros ou acidentes

Algumas mudanças simples:

Aumente a exposição ao sol. Mas não esqueça o protetor solar!

Evite aparelhos eletrônicos antes de dormir;

Não beba café e chás com cafeína à noite, nem coma chocolate ou fume. Todos possuem substâncias estimulantes;

Faça exercícios regularmente;

Separe o tempo e o ambiente de trabalho e de descanso.

– Existem duas formas gerais de se tratar a insônia: a não farmacológica e a farmacológica. A não farmacológica chama-se TCC-I (terapia cognitivo-comportamental para insônia), que é a conduta padrão e tratamento de primeira escolha em insônia, tanto isoladamente quanto na forma associada a terapia farmacológica – explica.

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3. Sensação de exaustão

Quando sentimos fadiga constante, é um sinal de que corpo e mente precisam descansar. A rotina desgastante e intensa, sem momentos de autocuidado, pode gerar esgotamento físico e mental, e até Burnout (síndrome do esgotamento profissional).

– Para evitar esse tipo de situação: respeite seus limites, inclua pausas durante o dia e pratique atividades relaxantes. Uma delas pode ser a inclusão da meditação Mindfulness – recomenda.

Segundo estudos, a prática do mindfulness (estado de atenção plena no momento presente) é apontada como estratégia que colabora para a performance no trabalho, estruturação emocional, diminuição de exaustão emocional e Burnout, envolvimento no trabalho e melhora nos relacionamentos sociais.

Outra coisa importante, especialmente em tempos de home office, é separar bem o horário de trabalho do de lazer, do da refeição e etc. Ter uma rotina é fundamental, nada de misturar as estações e acabar comendo em frente ao computador ou trabalhando bem além do seu horário. Separar o tempo e o ambiente de trabalho e de descanso é fundamental, mesmo quando se trabalha em casa.

4. Mau humor e irritabilidade

A impaciência e irritabilidade tendem a aumentar quando estamos cansados e estressados.

– Respire fundo, o seu corpo pode estar dizendo que você precisa de mais tranquilidade e descanso. Busque ajuda profissional de um psicólogo(a) de sua confiança. Exercite sua inteligência espiritual. Além disso, que tal meditar e buscar fazer uma respiração diafragmática. Nela, você inspira o ar por quatro segundos, segura esse ar no seu diafragma por sete segundos e solta tudo em seis segundos dizendo a palavra paz – ensina a médica.

5. Falhas de memórias

O cansaço e o estresse podem fazer com que você tenha dificuldade para lembrar informações simples. Se você notar que se esquece com frequência de coisas corriqueiras como onde colocou as chaves ou se não se lembra de adicionar um ingrediente básico quando cozinha, acha um desafio honrar compromissos e acaba os cancelando devido a cansaço ou autocobrança ou esquecimentos, é porque provavelmente precisa de um descanso para reiniciar a sua mente.

– A memória e a concentração podem ser treinadas com exercícios e atividades que ativam o cérebro, como a leitura de um livro, fazer um curso novo ou, simplesmente, realizar um jogo de palavras cruzadas, por exemplo. A meditação também é um exercício que estimula e facilita a manutenção do foco – comenta Larissa.

6. Ansiedade

Ansiedade e cansaço andam muitas vezes juntos, podendo uma ser a causa do outro. Se uma pessoa sofre de ansiedade ou estresse frequente, seu corpo é inundado com hormônios de estresse, particularmente o cortisol; isto pode levar a cansaço, assim como à falta de sono.

– Atividade física, uma dieta saudável, sono regular e exercícios de relaxamento podem ajudar a reduzir a ansiedade. Participar de um grupo de apoio também pode ajudar. Para controlar os sintomas de forma eficaz, é recomendável evitar a cafeína, o álcool e a nicotina – reforça.

Consulte um médico imediatamente nos seguintes casos:

Pensamentos suicidas;

Incapacidade de trabalhar ou realizar atividades do dia a dia.

Marque uma consulta médica nos seguintes casos:

Incapacidade de trabalhar ou manter relacionamentos;

Abuso de álcool ou outras substâncias;

Sensação de tristeza e desânimo.

7. Dependência de estimulantes

Cigarro, álcool, café   — Foto: Reprodução/ Internet

Excesso de cafeína, álcool, tabaco, açúcar energéticos, medicamentos ou alguma droga ilícita: enganar o corpo com estimulantes só oferece uma solução temporária para o cansaço. Na verdade, a longo prazo existe uma grande chance de que eles piorem a situação. É exatamente por isso que cok o tempo precisamos de uma dose cada vez maior destes estimulantes para conseguir o mesmo efeito.

– Para tratar o vício não existe nada mais importante do que contar com a ajuda de um profissional. Todos são sinais que trazem a ideia de cansaço mental, ou seja, a mente precisa de descanso assim como o corpo. Apenas tirar férias não é o suficiente quando você leva um cotidiano acelerado demais. São apenas alguns dias de descanso dentro de uma agenda repleta de compromissos que constantemente te levam a exaustão – explica a psicóloga.

Dicas extras:

Coloque uma música relaxante;

Tenha prioridades para aliviar estresse;

Aceite o que não se pode mudar;

É importante descobrir pequenos prazeres que possam ser inseridos em seu cotidiano.

– Visto que somos seres BioPsicoSocioEspirituais, fica a recomendação de uma visão e aplicação de tratamento multidisciplinar, ou seja, o tratamento multidisciplinar nada mais é do que um tratamento que envolve uma combinação de profissionais de diferentes áreas com experiências complementares a fim de garantir uma melhor resposta para a doença em questão – destaca.

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8. Mudanças nos hábitos alimentares

Desde a inapetência (falta de apetite) até diferentes graus de compulsão alimentar, as mudanças não programadas nos hábitos alimentares podem revelar gatilhos de ansiedade que provocam distúrbios alimentares, levando à busca por maior carga calórica ou glicêmica (sugar boost). Estes padrões também podem comprometer a saúde orgânica como um todo. O ideal é buscar um bom nutricionista para acertar a dieta e um médico para avaliar o que levou à inapetência ou à compulsão.

Começar a beber demais também é um sinal de que algo não vai bem e a pessoa pode estar procurando uma fuga através do álcool.

9. Dores inexplicáveis

Cefaleia, dores musculares e/ou articulares, sem correlação com trauma físico evidente, podem traduzir um grau exacerbado de tensão que se reflete no sistema musculoesquelético, podendo comprimir nervos e gerar dor e desconforto.

– A estafa emocional, muito comum nos tempos de hoje, com o volume e a velocidade crescente de informações que circulam entre nós, tem várias formas de apresentação e diversas abordagens terapêuticas. Seres humanos não são tão diferentes de animais que vivem em estado de “luta ou fuga”, sendo que os estímulos contemporâneos são constantes e diários (trânsito, trabalho, inflação, desemprego, etc) – pontua o médico do esporte.

O primeiro passo é reconhecer que algo está errado. Mesmo antes de procurar ajuda profissional, a pessoa deve observar seu entorno e identificar os gatilhos de tensão para mitigá-los.

– Valorizar seu tempo com atividades prazerosas é uma ótima estratégia como “válvula de escape”. Procurar se afastar de maus hábitos (alimentação inadequada, fumo, consumo de álcool) e buscar povoar a cabeça com bons pensamentos. Tentar resgatar ou descobrir hobbies, fazer atividade física, aprender coisas novas, criar e fortalecer laços familiares e sociais saudáveis… Tratar a espiritualidade, seja por meio de religião ou práticas próprias de mentalização (yoga, meditação, exercícios respiratórios) também tem se mostrado um bom caminho, de acordo com estudos recentes – acrescenta Peralta.

Por: Rebeca Letieri, para o Eu Atleta — Rio de Janeiro

Fontes: Larissa Meilick (@larissameilick) é pedagoga, psicóloga, coach, e analista de perfil comportamental. Criadora do Método @ativealoba @ativeolobo.

Fabio Peralta Mathias é médico especialista em Medicina do Exercício e do Esporte. Atual Diretor Científico da Sociedade de Medicina do Exercício e do Esporte do Rio de Janeiro (SMEERJ). Sócio-fundador da Care – Medicina & Reabilitação.

Transcrito: https://ge.globo.com/eu-atleta/saude-mental/noticia/2022/04/30/9-sinais-de-que-voce-precisa-descansar.ghtml

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