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18 dicas para não jogar comida fora e evitar o desperdício

Dia Internacional da Consciencialização sobre Perdas e Desperdício Alimentar: saiba como aproveitar os alimentos em sua totalidade e conservá-los sem deixar estragar

Diariamente são perdidas milhões de toneladas de alimentos apropriados para o consumo em todo o mundo. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que 17% de toda a produção global de comida são desperdiçadas, sendo a maior parte dentro das casas. No Brasil, cerca de 30% dos alimentos produzidos acabam sendo jogados fora, o que equivale a 46 milhões de toneladas de alimentos anualmente, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa estatística coloca o Brasil como o 10º país que mais desperdiça alimentos no mundo. Abaixo, vamos dar 18 dicas para ajudar a não jogar comida fora e evitar desperdício, além de dar exemplos de alimentos que podem ser aproveitados em sua totalidade.

18 dicas para evitar desperdício de alimentos em casa

Toneladas de alimentos são desperdiçadas todos os anos – Foto: Reprodução/Internet

1. Faça uma lista de compras para não comprar alimentos a mais do que realmente você precisa;

2. Organize sempre a geladeira dando preferência aos alimentos com menor durabilidade em destaque, para que sejam oferecidos em primeiro lugar para a família;

3. No caso dos vegetais, compre sempre uma parte já madura para consumo imediato e outra parte ainda verde para comer ao longo da semana.

4. Muitos vegetais e frutas podem ser higienizadas, descascadas, picadas e armazenadas na geladeira, facilitando o consumo no dia a dia;

5. Use o freezer ao seu favor. Muitos alimentos podem ser congelados para prolongar seu tempo de vida útil, principalmente quando comprados em maiores quantidades em grandes promoções;

6. Faça a quantidade de comida necessária para a sua família e assim que finalizada a refeição já pense em como reutilizar algum tipo de sobra, como fazer um risoto com as sobras dos legumes com frango ou carne;

7. Utilize a totalidade dos alimentos, incluindo as cascas, talos e aparas, garantindo o aproveitamento integral dos alimentos. Com o que não der para usar, faça compostagem;

8. Use e abuse de alimentos que estejam na safra ou em seu período de sazonalidade para oferecer alimentos com mais sabor e propriedades nutricionais, além de economizar e respeitar toda a cadeia de produção;

9. Acondicione os alimentos corretamente: antes de guardar frutas, verduras e legumes na geladeira, higienize-os e seque-os. Depois de consumir, guarde-os em embalagens hermeticamente fechadas para evitar a proliferação de bactérias;

10. Se cozinhar demais ou comprar muitos alimentos frescos, congele as sobras;

11. Todos os vegetais precisam ser trocados de embalagens antes de ir para a geladeira;

12. Utilize sacos plásticos reutilizáveis, potes de vidro ou polipropileno e sempre com tampas herméticas;

13. Com as altas temperaturas, coloque todos os alimentos maduros na geladeira. E sempre acompanhe o amadurecimento, principalmente das frutas, para que não sejam esquecidas na fruteira;

14. Use o freezer para armazenar frutas, verduras e legumes por até três meses. Verduras podem ser branqueadas para manterem suas cores, nutrientes e texturas ao descongelar. As frutas podem ser congeladas em polpas, sorbets e até in natura para preparações posteriores. No freezer, a validade é de até três meses. Os vegetais na geladeira duram de acordo com o seu frescor, temperatura local e qualidade dos alimentos;

15.Proteínas em geral, como carnes e ovos, sempre ficam armazenadas na geladeira. As carnes que não forem utilizadas em até três dias já devem ser congeladas imediatamente. Não espere os alimentos estarem se degradando para então irem ao freezer. A organização na cozinha permite com que os alimentos durem muito mais e as pessoas gastem menos;

16. Todos os itens de mercearia devem ser armazenados em locais frescos e longe de luz;

17. Dê sempre preferência a usar os produtos com menor prazo de validade. A regra é clara: o primeiro alimento que vai vencer, tem que ser logo consumido;

18. Seja criativo para aproveitar talos, cascas e sementes de frutas, legumes e verduras, como nos exemplos abaixo.

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Alguns alimentos que podem ser aproveitados em sua totalidade

Abóbora:

Foto: Reprodução/Internet

– É possível aproveitar a polpa, a casca e as sementes;

– Casca: lave bem, corte em formato de “chips”, tempere da maneira que preferir e asse no forno ou na Airfryer;

– Sementes: lave e deixe secar. Em seguida, adicione sal, asse e transforme em snacks;

Polpa: faça um delicioso purê, que pode ser acompanhado de frango desfiado ou carne moída.

Batatas:

– Você pode fazê-las cozidas, assadas, purês e sopas, sem jogar fora a casca;

– As cascas de batata se transformaram em chips deliciosos. Para isso, higienize muito bem as cascas, seque e disponha em uma assadeira com temperos como sal, pimenta do reino, páprica, orégano e leve para assar até dourar bem e estarem crocantes. Pode ser também feita

Banana

– Podem ser consumidas in natura e as cascas são transformadas em deliciosas farofas, bolos e até vitaminas.

Abacaxi e maçã:

– Podem ser consumidas in natura, doces, em compotas e assadas com canela;

– As cascas das duas frutas se transformam em deliciosos chás, feitos com água fervente, canela e cravo. Podem ser servidos quentes ou gelados.

– As cascas do abacaxi se transformam em sucos super refrescantes e podem ser batidos com água, gelo e bastante hortelã, que além de delicioso, é super nutritivo.

Mamão:

Foto: Reprodução/Internet

– Pode ser consumido in natura ou em sucos, smoothies e vitaminas;

– As cascas podem ser transformadas em deliciosas compostas. Para isso, cozinhe com água e açúcar. As sementes podem ser consumidas junto com a fruta, que podem ser batidas nos sucos;

– Ou ainda deixe-as para secar e utilize-as em saladas ou cereais.

Laranja:

– A casca pode ser seca e cristalizada;

– O bagaço pode ser cozido com água e açúcar e virar uma geleia.

Maracujá:

Pode ser utilizado em sucos, geleias e compotas;

– As cascas podem secar no forno e depois ser processadas para se transformar em uma bela farinha para enriquecer e turbinar as preparações do dia a dia;

– A casca, se cozida, se transforma também em uma geleia.

Carnes, frangos e peixes:

– preparações: ossos, aparas e cabeças de peixes podem ser fervidos com os talos dos vegetais e água por, pelo menos, uma hora. O resultado será um caldo super suculento e muito nutritivo!

Vegetais:

– Use e abuse de vegetais que você utiliza de forma integral, como tomates, abobrinhas, berinjelas. Esses não precisam retirar a casca, nem as sementes para o consumo. Pode utilizá-los de forma integral, sem nenhum tipo de desperdício.

– Para todos os vegetais que não são usados com cascas e talos de forma convencional, é possível guardar as cascas no freezer para fazer excelentes caldos. Elas são muito nutritivas, deliciosas e servem como base para sopas, risotos e até enriquecimento de arrozes, como afirma a nutricionista Clariana Colaço.

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Reduzir o desperdício de alimentos para combater a fome

Uma alimentação balanceada com, pelo menos, três refeições principais, não faz parte do dia a dia de grande parte da população brasileira. O país, que havia saído do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2014, voltou a fazer parte da lista em 2015, além de apresentar um agravamento da situação durante a pandemia de covid-19.

No ano passado, o Segundo Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19 no Brasil apontou que 33,1 milhões de pessoas não têm garantido o que comer — o que representa 14 milhões de brasileiros em situação de fome. Conforme o estudo, mais da metade (58,7%) da população brasileira convive com a insegurança alimentar em algum grau.

É importante lembrar que o desperdício dos alimentos acontece em todas as etapas da cadeia alimentar, da produção até o consumo. Na produção, armazenamento e transporte, o desperdício se dá por falta de planejamento e de infraestrutura e por problemas climáticos. Na distribuição e comercialização, por questões de logística, pela aparência não comercial de alguns produtos e pela demora na sua venda.

– Já no consumo, o principal problema é a compra excessiva sem o devido planejamento e o armazenamento incorreto dos alimentos. E, muitas vezes, as pessoas não se preocupam com a utilização total do que compram, como o consumo de talos e cascas – pontua a nutricionista Clariana Colaço, especialista em transtornos alimentares pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Ela destaca que os vegetais são os alimentos mais desperdiçados no momento do preparo das refeições. E logo eles, que são fonte de nutrientes essenciais para o corpo, prevenindo e tratando de diversas doenças crônicas. Clariana ainda enfatiza a importância de aproveitar melhor a variedade de alimentos de acordo com a sua safra e sazonalidade, sempre respeitando o meio ambiente.

– Podemos aproveitar melhor os alimentos comprando todos dentro de seus períodos de safra, garantindo ainda menores preços. Para os peixes e frutos do mar, devemos comprá-los seguindo sua sazonalidade e respeitando as épocas de defeso, como forma de se garantir uma pesca sustentável ao meio ambiente. Também temos que ter a consciência alimentar de somente comprar aquilo que será consumido, se organizando e se planejando para as compras serem mais fiéis ao consumo, evitando o descarte de alimentos não utilizados. Além disso, devemos aproveitar o alimento de forma completa, usando cascas, talos e aparas, evitando, assim, desperdício de partes que possuem valor nutricional agregado – ensina a nutricionista.

Aplicativo Fome de Tudo

Uma das iniciativas bem-sucedidas que estão ajudando a reverter essa triste situação vem através do aplicativo Fome de Tudo. Atualmente, o app atua no Brasil e em países da África, como Angola e Moçambique, além de possuir equipes na Alemanha, Inglaterra, Portugal e Suíça.

– Somos um instituto com uma visão diferente. Acreditamos no empreendedorismo social e na economia circular para trazer um empoderamento e capacitar e trazer independência para as pessoas através dessa potencialização humana e econômica. No âmbito alimentar fomentamos a alimentação escolar e a agricultura familiar, além de trazermos a tecnologia para reduzir o desperdício levando economia para o setor privado (mercados e centros de distribuição), terceiro setor (instituições), fazendo uma governança segura e com rastreabilidade – conta a atriz e empreendedora social Úrsula Corona, ativista do World Food Programme (WFP, maior agência humanitária das Nações Unidas, ganhadora do Nobel da Paz em 2020) e fundadora do Instituto Fome de Tudo.

Desde fevereiro de 2020, o app Fome de Tudo já distribuiu mais de 2 mil toneladas de alimentos. Uma rede de produtos hortifrutigranjeiros de Pernambuco, por exemplo, se cadastrou no aplicativo e agora doa cinco vezes por semana cerca de 120 quilos de alimentos em condições de consumo. Além da tecnologia Fome de Tudo, o Instituto atua com empoderamento econômico nestes países com cerca de 16 mil famílias cadastradas em projetos de economia circular.

– A empresa que quiser fazer parte de algum projeto ou deseja que desenvolvamos algo personalizado, basta entrar em contato conosco. Nossa tecnologia está apta para funcionar no mundo inteiro -convida Úrsula.

Por: Úrsula Neves

Fontes: Clariana Colaço (@clarianacolaco) é nutricionista especializada em transtornos alimentares pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Idealizadora do curso online “Método de Organização de Vegetais para uma vida organizada e saudável”.

Úrsula Corona (@ursulacorona) é atriz, empreendedora social, ativista do World Food Programme (WFP) e fundadora do Instituto Fome de Tudo (@movimentofomedetudo).

Transcrito: https://ge.globo.com/eu-atleta/nutricao/guia/2023/09/29/18-dicas-para-nao-jogar-comida-fora-e-evitar-o-desperdicio.ghtml

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