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Semente de tomate faz mal? Veja se é mito ou verdade

Saiba se as pequenas sementinhas do fruto podem mesmo causar pedras nos rins, apendicite e gastrite

O tomate é um dos alimentos mais frequentes na mesa de muitos brasileiros e oferece uma série de nutrientes e benefícios importantes para a saúde. Mas suas sementes têm fama de serem prejudiciais e causarem risco de problemas diversos, como pedras nos rins (cálculos renais), apendicite, gastrite e distúrbios intestinais. Será que isso é mito ou verdade?

A nutricionista Letícia Carbinatti afirma que é mito, mas faz uma ressalva: tomate em excesso, e não apenas as suas sementes, pode ser um fator de risco para pedras nos rins em pessoas que já sofrem com o problema ou têm predisposição a ele – seja por alteração nas funções dos rins, por tendência genética, por baixa ingestão de água ou por consumo excessivo de sal.

O tomate tem diversos benefícios, mas é importante se atentar ao nível de oxalato — (Foto: Reprodução/Internet

– Essa lenda existe pelo alto teor de oxalato do tomate em si, não apenas nas sementes. Porém, o oxalato está presente em diversos alimentos, entre eles os folhosos escuros como o espinafre, as frutas vermelhas como o morango, as raízes como a beterraba, o chocolate, o café e as oleaginosas como castanhas ou nozes. O tomate nem faz parte dos alimentos mais ricos em oxalato – esclarece Letícia.

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Riscos do consumo de oxalato

Para quem possui tendência a pedras nos rins, é recomendado consumir até 50 mg de oxalato por dia para evitar a formação dos cálculos renais. A quantidade de oxalato em um tomate pode variar, mas, em média, um tomate de tamanho médio, de 100g, contém cerca de 60 miligramas de oxalato, podendo variar dependendo do tipo do tomate e do solo em que foi cultivado. Ou seja, um tomate já bate a quantidade diária.

Nesse caso é aconselhado optar o consumo do tomate em forma de molho, porque ao ser cozido e incorporado junto a uma fonte de gordura, há a diminuição do teor de oxalato nos alimentos (veja aqui uma receita de molho de tomate caseiro).

Aprenda uma receita especial de molho de tomate caseiro, funcional e saudável — (Foto: Reprodução/Internet

O oxalato é um íon e têm complexa capacidade de se ligar ao cálcio. E, mesmo em menor concentração, ele se junta a qualquer partícula de cálcio na urina. Assim surgem cálculos de oxalato de cálcio. Ou seja, as pedras nos rins podem ser formadas quando o oxalato na urina se liga ao cálcio e, juntos, eles formam cristais que se acumulam nos rins.

– No nosso metabolismo, ao consumirmos cálcio, ele se une ao oxalato presente no trato intestinal e é eliminado, porque ele se torna não absorvível pelo intestino. Mas, se não tiver o cálcio para se ligar, o oxalato livre presente no intestino é absorvido ao sangue, filtrado e eliminado na urina – explica a nutricionista.

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O teor de oxalato varia em diferentes alimentos (quantidade aproximada), por isso é importante é ficar atento. Veja, abaixo, o teor de oxalato a cada 100g de alguns alimentos:

– Espinafre: 700-800mg de oxalato;

– Beterraba: 600-700mg de oxalato;

– Acelga: 100-200mg de oxalato;

– Nozes: 60-70mg de oxalato;

– Tomate – 60mg de oxalato.

Pessoas com histórico de formação de cálculos renais de oxalato de cálcio devem evitar esses alimentos.

Espinafre e beterraba têm mais oxalato do que o tomate ou suas sementes — (Foto: Reprodução/Internet

E, outro ponto de atenção, es tá no consumo inadequado de água, porque o cálcio, junto com o oxalato, é pouco solúvel na urina, e se precipitam na forma de oxalato de cálcio, também favorecendo para a formação dos cálculos renais. É recomendado beber de dois a três litros por dia, o necessário para urinar pelo menos dois litros diariamente.

Gastrite e apendicite?

Sementes de tomate não causa gastrite. Porém, pacientes que já possuem irritabilidade no estômago, ou estão em um quadro agudo, podem sentir queimação ao comer as sementes de tomate porque elas contêm alto teor de ácidos, aumentando a acidez do estômago. Neste caso, é aconselhado evitar o consumo dessas sementes e de molhos prontos condimentados.

Sobre a apendicite, não existem evidências científicas que comprovem que a ingestão de sementes de tomate cause o problema.

– O tomate tem poucas calorias, ótimo para protocolos de emagrecimento e muitos nutrientes;

– É fonte de vários micrinutrientes importantes, como as vitaminas A, B, C, K e minerais como fósforo, potássio, cálcio, magnésio e ferro;

– Rico em antioxidantes, como o licopeno, que é o carotenóide que dá a cor vermelha a ele. Um fato interessante é que o tomate cru tem em torno de 2,7 mg de licopeno a cada 100g, enquanto o molho de tomate caseiro tem 21,8mg;

– Rico em antioxidantes (vitaminas A e C), que atuam no combate aos radicais livres, rejuvenescimento da pele e fortalecimento do sistema imunológico.

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Por: Alberto Borges, para o EU Atleta — Bauru/SP

Fonte:Letícia Carbinatti é nutricionista do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais), atua em emagrecimento, saúde e bem-estar. Formada pela universidade IBMR.

Transcrito: https://ge.globo.com/eu-atleta/nutricao/reportagem/2024/01/26/semente-de-tomate-faz-mal-veja-se-e-mito-ou-verdade.ghtml

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