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Os alimentos ultraprocessados são um problema cada dia mais urgente no Brasil

Sabe aquela bolacha ou o salgadinho que você comeu recentemente? Talvez eles não sejam nem considerados alimentos e, sim, uma simples fórmula criada pela indústria. Eles fazem parte dos ultraprocessados, tema do talk show Greg News, apresentado pelo roteirista Gregório Duvivier, e produzido pela HBO.

Os “alimentos” ultraprocessados são aqueles modificados industrialmente pela introdução de substâncias que alteram muito sua natureza e por formulações feitas com ingredientes industriais, que normalmente contam com pouca ou nenhuma participação de alimentos. Justamente por isso, muitos consideram essa classe de produtos como fórmulas e não como alimentos.

“Alimentos ultraprocessados de fato não são alimentos, são fórmulas industriais. São fórmulas caracterizadas por terem ingredientes de baixo custo, como sal, açúcar e gordura, por conterem também aditivos que proporcionam à indústria fabricar produtos de muito baixo custo e extremamente atraentes”, diz Carlos Augusto Monteiro, médico coordenador do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde – USP, em trecho do vídeo de Duvivier.

Quer exemplos desses produtos? Refrigerantes, sucos industrializados, bolachas e salgadinhos são os principais, mas a lista é extensa e cresce a cada dia.

Foto: Reprodução/Internet

Eles normalmente possuem grandes quantidades de sódio, açúcar, gordura saturada e trans, conservantes e calorias. Além de proporcionarem maior ganho de peso, esses componentes também favorecem uma série de problemas como diabetes, colesterol alto, complicações cardiovasculares, hipertensão, alergia, câncer, doenças renais, AVC, entre outros.

De acordo com um estudo feito pelo Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, realizado entre 2009 e 2017 com mais de 100 mil pessoas, o consumo de alimentos ultraprocessados aumenta as chances da formação de tumores.

Durante o período, os pesquisadores notaram um aumento de mais de 10% nos casos de câncer diretamente relacionado ao aumento de 10% no consumo desse tipo de alimento.

Em entrevista para a Agência FAPESP, Monteiro relata ainda que, além de ter um perfil nutricional extremamente desequilibrado, os ultraprocessados podem levar à obesidade. “Os processos e os ingredientes utilizados no ultraprocessamento levam a produtos que confundem o controle natural da fome e saciedade e que, nesta medida, promovem a obesidade”, afirma.

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“Primeiro, porque são produtos que contêm grande quantidade de calorias por volume. Segundo, porque, sendo praticamente pré-digeridos e contendo pouca ou nenhuma fibra alimentar, são absorvidos muito rapidamente. Terceiro porque são hiperpalatáveis. De fato, alimentos ultraprocessados são manufaturados para que sejam ‘irresistíveis’ e isso é comumente mencionado na propaganda desses produtos”, completa ele.

“Eles permitem o consumo praticamente a toda a hora, você não come arroz e feijão andando na rua, por exemplo, mas com um salgadinho isto é possível. O que engorda é comer mais do que precisa e por terem tantos problemas nutricionais e serem fáceis de ingerir, os alimentos ultraprocessados causam isto”, diz a nutricionista Inês Rugani Ribeiro de Castro, professora associada do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio Janeiro.

Infelizmente, este tipo de alimento está cada vez mais presente na dieta do brasileiro. “A média no país é que 30% da população tem como base em sua alimentação produtos ultraprocessados”, conta Castro. Ao ingerir maior quantidade destes alimentos, as pessoas deixam de consumir opções saudáveis, como frutas, legumes, verduras, cereais e leguminosas.

GREG NEWS com Gregório Duvivier | ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS

Mas o que fazer?

É fato, o cenário que estamos vivendo é preocupante. Dráuzio Varella, inclusive, acredita que estejamos passando por uma epidemia de obesidade. “Hoje, 52% dos adultos têm excesso de peso no Brasil. Estamos indo atrás dos americanos: lá são 70% dos adultos acima do peso”, afirma ele em seu canal do YouTube.

O pior é que isso tudo apenas tende a piorar. “Temos essa avalanche de alimentos calóricos para essa população que cada vez se movimenta menos. Isto tem levado a essa epidemia. Esse é o aspecto social da epidemia de obesidade, que tem uma importância muito grande, mas não é exclusiva. Não adianta a gente jogar a culpa nas condições sociais e não falar que nós temos uma responsabilidade. Se estamos ganhando peso, é porque estamos comendo mais do que o necessário. Cada um de nós tem uma responsabilidade individual”, destaca Dráuzio.

Foto: Reprodução/Internet

Por isso, a Anvisa deve ainda este ano anunciar quais serão os novos rótulos alimentares. A ideia é que os produtos tenham informações nutricionais mais claras e que o consumidor consiga criar uma noção maior do que está consumindo. Porém, enquanto isso não muda, você pode conferir aqui os principais itens que você deve estar atento ao consultar um produto no mercado. Entender o que está consumindo é o primeiro passo para uma vida mais saudável e livre de doenças.

Por: Redação Minha vida

Fonte: Carlos Augusto Monteiro, médico coordenador do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde – USP, em trecho do vídeo de Duvivier.

Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP

Inês Rugani Ribeiro de Castro, nutricionista professora associada do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio Janeiro.

Transcrito: https://www.minhavida.com.br/materias/materia-16967?utm_source=batch&utm_medium=pushnotification

 

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