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Obesidade não é só o que se vê no espelho ou na balança

Nutricionista Cris Perroni explica que as causas do problema são bem mais complexas do que simplesmente comer demais e dá sete orientações simples

caracterizada como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura no corpo. E ela não está relacionada apenas ao excesso de ingestão alimentar ou pela falta de força de vontade de mudança de atitudes. Pode estar ligada a uma série de fatores, como questões hormonais, inflamatórias, medicamentosa (ex: uso de antidepressivos, corticoides), genética, fatores psicológicos, excesso de alimentação e estilo de vida. O tratamento da obesidade precisa ser de longa duração e com uma equipe multidisciplinar (médicos, nutricionistas, educador físico, psicólogo…).

Existem algumas complicações associadas à obesidade como: cardiopatias, hipertensão arterial, alguns tipos de câncer, diabetes tipo 2, apneia do sono, dislipidemias, alterações hepáticas e circulatórias. Em mulheres, a obesidade também está relacionada com a infertilidade.

O peso na balança é só um aspecto da obesidade: o mais importante é avaliar o impacto dela na saúde de cada um e traçar estratégias multidisciplinares para minimizar esse impacto — Foto: Istock Getty Images

Quem tem obesidade na infância tem muito mais chance de se tornar um adulto com obesidade. Durante a vida intrauterina, infância e adolescência, construímos o maior número de células de gordura. O site Saúde não se Pesa publicou alguns dados nacionais importantes.

Adultos:

– 8,9% da população acima de 18 anos nas capitais brasileiras apresentam obesidade;

– Nos últimos 12 anos, o percentual de obesos na população brasileira cresceu 60,2%;

– 74% dos óbitos no Brasil acontecem por doenças associadas à obesidade.

Crianças e adolescentes:

– De cada três crianças e adolescentes, uma está acima do peso;

– Cerca de 11% dos brasileiros entre 5 a 19 anos têm obesidade e 17,2% têm sobrepeso;

– A obesidade entre crianças de 5 a 9 anos no Brasil cresceu mais de quatro vezes desde 1989.

Mudanças no estilo de vida e no padrão da alimentação são fundamentais para a redução do peso, melhora da composição corporal e manutenção do peso perdido. Orientações:

Foto: Reprodução/Internet

1. Ficar mais ativo: 6.000 a 10.000 passos diários;

2. Realização de, pelo menos, 150 minutos de exercício físico semanalmente para promoção de saúde e 300 minutos de exercício para redução do peso;

3. Adoção de uma dieta plant based, com maior consumo de frutas, verduras, legumes, cereais integrais, leguminosas – possui maior correlação com saúde e controle de peso;

4. Evitar dietas restritivas, que são temporárias e possuem alta correlação com compulsão alimentar e carências nutricionais;

5. Evitar ou reduzir a ingestão de alimentos ultraprocessados: cozinhe mais e desembale menos;

6. A dieta precisa atenção na:
Qualidade: evite fritos, cremosos, molho e gratinados, alimentos com alta densidade energética;
Quantidade: porcione os alimentos;

7. Moderação na ingestão de bebida alcoólica, que possui alta densidade energética e normalmente acompanha preparações calóricas. Se for beber, beba com moderação e negocie a escolha das preparações.

É preciso entender a causa da obesidade em cada paciente e propor estratégias possíveis e sustentáveis. Menos julgamentos e críticas, mais acolhimento.

Por: Cris Perroni

Fonte: Cris Perroni, Nutricionista formada pela UFRJ, pós-graduada em obesidade e emagrecimento, com especialização em nutrição clínica e em nutrição esportiva

Transcrito: https://ge.globo.com/eu-atleta/nutricao/post/2022/02/14/obesidade-nao-e-so-o-que-se-ve-no-espelho-ou-na-balanca.ghtml

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