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Margarina é mesmo melhor que manteiga? Veja o que dizem especialistas

Quem aqui nunca acordou desesperado por um pãozinho na chapa que atire a primeira pedra. Aos mais atentos com a alimentação, permitir-se a iguarias como essas traz sempre uma dúvida: é melhor usar manteiga ou margarina?.

Por décadas houve um embate entre quem é a mocinha e quem é a vilã do estilo de vida saudável: a manteiga, que é mais natural, porém contém gordura saturada e colesterol, ou a margarina, que é industrializada, não contém colesterol, mas pode contar com a gordura interesterificada —substituta da gordura trans— em sua composição?.

Para os especialistas ainda não existe um consenso. As duas opções têm prós e contras. “A escolha depende de vários fatores, incluindo preferências pessoais, necessidades nutricionais individuais e objetivos de saúde”, explica Marcella Garcez, diretora da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia)

As principais diferenças de cada produto

Foto: Reprodução/Internet

Antes de escolher adequadamente um alimento, é preciso entender um pouco sobre a sua origem, produção e composição.

A manteiga nada mais é do que um creme pasteurizado obtido a partir do leite de vaca, podendo ou não ter adição de sal. Já a margarina é composta por água, óleos ou gorduras de origem vegetal, entre outros ingredientes.

“Embora a ideia da manteiga ser natural ainda possa ser uma consideração para as pessoas, a maioria das recomendações dietéticas atuais enfatiza a moderação no consumo de gorduras saturadas”, diz Garcez.

A Associação Americana do Coração recomenda que a ingestão de gordura saturada seja limitada a menos de 6% das calorias totais. Essa quantidade equivale a cerca de 15 gramas em uma dieta de 2.000 calorias.

Ambos os produtos contêm gorduras saturadas. O que faz a manteiga ser uma “inimiga” aos olhos de muitos é o colesterol encontrado em gorduras de origem animal. Por ser de origem vegetal, a margarina consequentemente não tem colesterol, mas em contrapartida pode apresentar índices de gordura interesterificadas.

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Até o ano passado, quando o banimento da gordura trans no Brasil ainda não havia entrado em vigência, a margarina era feita a partir da hidrogenação de óleos vegetais, como milho ou girassol. Esse processo, no entanto, altera a estrutura molecular do óleo, criando a gordura trans.

Com a nova resolução (RDC 632/2022) que proíbe a produção, importação, uso e oferta de óleos e gorduras hidrogenadas, outros meios têm sido utilizados para substituir a gordura trans. Entre eles, o processo de interesterificação, que serve para melhorar a textura e consistência, dando maior cremosidade ao produto.

“Existe a possibilidade de pequenas quantidades de gorduras trans serem geradas como subproduto durante esse processo. Além do mais, também pode haver uma alteração da estrutura das gorduras, afetando a sua digestibilidade e absorção de nutrientes”, explica Garcez.

“Vale ressaltar que esse processo também apresenta um aumento de gorduras saturadas, embora ainda não haja evidências científicas que permitam concluir sua repercussão nos parâmetros metabólicos e desfechos cardiovasculares”, alerta Marcela Gregório, nutricionista, mestre e doutoranda em neurociências pela Unifesp.

Manteiga x margarina: existe um favorito?

Diferenças à parte, podemos afirmar que um produto é melhor do que o outro? Se depois de todas essas informações, você ainda está confuso, não se sinta mal. Até mesmo os especialistas em nutrição e alimentação não têm uma resposta definitiva sobre o tema.

“Julgar alimentos e nutrientes isoladamente não é suficiente para entender a influência que representam na nossa saúde. O que define se eles trarão benefícios ou prejuízos é o contexto em estão inseridos, ou seja, dependerá da quantidade e frequência que o indivíduo os consome, o padrão alimentar seguido, a presença de doenças e/ou comorbidades, o estilo de vida, entre outros”, explica Gregório.

“Não adianta uma pessoa com diabetes ou resistência à insulina trocar a manteiga por margarina se for consumi-la com um alimento riquíssimo em carboidrato, como é o caso dos pães. Nesse caso seria interessante dar preferência aos pães preparados com farinhas de baixo teor de carboidrato, como a farinha de amêndoas ou de coco”.

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No caso de uma pessoa com peso e composição corporal adequados, que pratica exercícios físicos regularmente e limita a ingestão de carboidratos refinados, não há uma contraindicação para o uso de manteiga nem de margarina desde que consumidas de acordo com as suas necessidades diárias.

“Qualquer um desses produtos precisa ser consumido com equilíbrio, em pequenas quantidades e como forma de acompanhamento, nunca como opção principal. No pãozinho na chapa, precisa ser uma quantidade pequena, não encharcar o pão todo”, explica Laryssa Carvalho Ferreira, especialista em nutrição clínica funcional e professora da Faculdade Santa Terezinha, em São Luís, no Maranhão.

As especialistas recomendam o consumo de outros alimentos como fontes de gorduras insaturadas, as chamadas “gorduras do bem”. São eles: azeite, abacate, amêndoas, peixes gordurosos e sementes, por exemplo.

Não é indicado que a manteiga e a margarina sejam as únicas fontes de gordura para atingir as quantidades necessárias diárias. As orientações são para ter uma alimentação variada e sempre respeitar as diretrizes de consumo de gorduras saturadas.

Por: Viva Bem, em São Paulo

Fonte: Marcella Garcez, diretora da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia)

Marcela Gregório, nutricionista, mestre e doutoranda em neurociências pela Unifesp.

Laryssa Carvalho Ferreira, especialista em nutrição clínica funcional e professora da Faculdade Santa Terezinha, em São Luís, no Maranhão.

Transcrito: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2023/10/06/margarina-e-mesmo-melhor-que-manteiga-veja-o-que-dizem-especialistas.htm

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