Alimentar o corpo, a alma e uma sociedade mais justa

No Dia Mundial da Alimentação, nutricionista do Sesc convida os leitores a uma reflexão sobre a importância da comida para bem além dos nutrientes

O que caracteriza uma alimentação saudável? Quantas refeições devo fazer por dia? Gordura, pode ou não pode? Em um contexto de múltiplas plataformas e redes sociais, somos bombardeados por inúmeras respostas a essas questões.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), inclusive, cunhou um termo para designar esse fenômeno, infodemia. Trata-se do “excesso de informações, algumas precisas e outras não, que tornam difícil encontrar fontes idôneas e orientações confiáveis quando se precisa.”

A alimentação é um requisito básico para a promoção da saúde, por isso, é valioso nutrir-se de informações confiáveis e adotar uma postura crítica, trans disciplinar e questionadora sobre cada dado que nos chega.

Alimentação saudável é aquela que está em sintonia com as necessidades físicas e sociais – Foto: Reprodução/Internet

Para disseminar conhecimentos caros à construção desse olhar, o Serviço Social do Comércio (Sesc) promove o projeto Experimenta! Comida, Saúde e Cultura entre os dias 16 e 29 de outubro em todas as unidades do estado de São Paulo.

A partir do Dia Mundial da Alimentação, celebrado em 16 de outubro, realizam-se mais de 120 atividades gratuitas para todas as idades. Na programação, palestras, bate-papos, cursos, vivências e outros dimensões da sociedade.

Mais do que nutrientes

Foto: Reprodução/Internet

Em cada atividade que planejamos, fica evidente que a alimentação é mais do que ingerir nutrientes.

Ela também envolve as diversas dimensões ligadas aos alimentos que nos fornecem esses nutrientes, como e por quem eles são produzidos, em quais condições de trabalho, como são transportados, comercializados e como impactam o meio ambiente.

E, claro, como podem ser combinados e preparados, promover a autonomia de sujeitos, a sociabilidade, criar lembranças e afetos, contar as narrativas de um território ou povo, escrever o legado de uma família…

A comida constrói histórias, memórias e saberes que nos atravessam, nos conectam e nos revelam como indivíduos e sociedade em determinado tempo e espaço.

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Nesse sentido, a busca por uma dieta saudável está intrinsecamente relacionada à valorização de ingredientes que integram sistemas social e ambientalmente sustentáveis.

Para nos alimentarmos e alimentarmos bem as futuras gerações, precisamos ampliar as visões sobre o que comemos. Não focar apenas no prato, e sim lançar um olhar sobre o mundo.

É o que preconiza o Guia Alimentar para a População Brasileira elaborado pelo Ministério da Saúde, documento norteador das ações educativas e das Comedorias do Sesc São Paulo.

Durante o Experimenta!, convidamos você a pensar que a alimentação precisa ser saudável e adequada não apenas para quem come, mas para todos e tudo o que se relaciona com o cardápio.

Foto: Reprodução/shutterstock

É uma oportunidade para refletir sobre a contradição de milhões de pessoas passarem fome em um dos países onde mais se produz comida; o fato de cidadãos terem de andar quilômetros para adquirir frutas, legumes e verduras e sobre o aumento de consumo de ultraprocessados.

E também compartilhamos oportunidades de conhecer quem está mudando a sua comunidade a partir do cozinhar e de experimentar os sabores e saberes de diferentes povos e regiões.

Convidamos você a visitar o Sesc e pensar sobre o que alimenta o corpo, a alma e uma sociedade mais justa e igualitária, hoje e a cada amanhã. Vem experimentar!

Por: Mariana Meirelles Ruocco, nutricionista*

Fonte: Mariana Meirelles Ruocco, nutricionista, gerente de alimentação e segurança alimentar do Sesc São Paulo, mestre em Ciências da Saúde (USP)

 Organização Mundial de Saúde (OMS)

Guia Alimentar para a População Brasileira elaborado pelo Ministério da Saúde

Transcrito: https://saude.abril.com.br/coluna/com-a-palavra/alimentar-o-corpo-a-alma-e-uma-sociedade-mais-justa/#goog_rewarded