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Ajustes na dieta ajudam a controlar os triglicérides

Taxas elevadas de triglicérides favorecem problemas de saúde, como doenças cardíacas. Mexer na alimentação pode evitar transtornos

A hipertrigliceridemia, ou aumento dos triglicérides sanguíneos, é uma condição bastante frequente na população e pode aumentar o risco para doenças crônicas, como problemas cardiovasculares e acúmulo de gordura no fígado.

Se no seu último check-up médico os exames indicaram níveis elevados dos triglicérides no sangue, saiba que a alimentação é uma grande aliada para controlá-los ou prevenir e suas complicações – e é sobre isso que vamos falar hoje.

Mas, antes das recomendações nutricionais, você precisa entender melhor o que são essas moléculas e qual a importância delas em nosso organismo.

Triglicérides: uma molécula de gordura também influenciada por carboidratos

Consumo excessivo de carboidratos, nutriente presente no pão, contribui para o aumento das taxas de triglicérides. Foto: Reprodução/Internet

Ao ingerirmos um alimento rico em gorduras, essas são consumidas na forma de triglicérides, uma estrutura química que combina três moléculas de ácidos graxos e uma molécula de glicerol. E, após o processo de digestão e absorção, essa também é a forma como a gordura é transportada e armazenada em nosso corpo.

Calma, os nomes são estranhos, mas é simples de entender. Os ácidos graxos podem ser compreendidos como a menor parte de uma gordura após a sua digestão. Eles são divididos em saturados e insaturados.

Alguns tipos de ácidos graxos saturados se associam a um maior risco de desenvolvimento de doenças. Já o consumo de insaturados, em quantidades adequadas, traz benefícios para a saúde.

Já conversamos aqui sobre os ácidos graxos ômega-3, você se lembra? Pois bem, esses são exemplos de ácidos graxos insaturados que, nos alimentos, são encontrados na forma de triglicerídeos.

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E você deve estar se perguntando: o que os carboidratos têm a ver com isso?

Diferentemente das gorduras, armazenadas no nosso corpo em forma de triglicerídeos, os carboidratos consumidos em excesso por meio de açúcar, doces, pães, massas e cereais em geral, não podem ser armazenados.

Depois de absorvidos na forma de glicose, seguem para o fígado e, lá, são transformados em mais triglicerídeos para serem armazenados como gorduras.

Essa é a razão pela qual médicos e nutricionistas associam o excesso de triglicerídeos sanguíneos ao consumo excessivo de carboidratos e gorduras – e ao maior risco de diabetes mellitus e esteatose hepática não alcoólica, a famosa gordura no fígado.

Mas, afinal, como saber se o seu resultado deu alterado?

Foto: Reprodução/Internet

Investigar a alteração de triglicerídeos séricos deve ser uma ação periódica, uma vez que o excesso circulante está relacionado também ao aumento de risco para doenças cardiovasculares.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, os valores referenciais para triglicérides, conforme avaliação do risco cardiovascular estimado, para adultos acima de 20 anos são:

Com jejum de 12 horas, o desejável é inferior a 150 mg/dL;

Sem jejum, inferior a 175 mg/dL.

Mas, como mencionado, o médico e o nutricionista farão uma avaliação complementar de outros exames laboratoriais sanguíneos para traçar a melhor conduta de tratamento. Normalmente, no check-up, estão incluídos exames como perfil lipídico completo e glicose sérica.

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Tenho hipertrigliceridemia, como deve ser o tratamento?

Antes de mais nada, é importante reforçar que o acompanhamento deve ser feito por médico e nutricionista.

Se necessário, o médico pode prescrever uma medicação específica para controle dos níveis de triglicérides. No entanto, a modificação do estilo de vida será indicada em todos os casos.

A prática de atividade física regular e mudanças favoráveis da alimentação devem ser a primeira escolha de tratamento – e sempre combinadas ao uso de medicamentos.

O manejo da obesidade também é indicado. Segundo a Atualização da Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia, devemos priorizar a perda de 5-10% do peso, além de reduzir o consumo de açúcar adicionado e estimular a ingestão de fibras e de alimentos ricos em ômega-3.

Especificamente sobre o ômega-3, a suplementação diária de 2-4g da substância derivada de peixe ou 4g de ômega-3 derivado de krill parece eficaz no controle de triglicerídeos no sangue, com reduções de 29,5% e 26% nos níveis, respectivamente.

Foto: Reprodução/Internet

Seguem abaixo algumas recomendações práticas para quem tem hipertrigliceridemia:

– Reduzir o consumo de carboidratos simples (como bebidas açucaradas, refrigerantes, pães, bolos e afins) e evitar o açúcar adicionado

– Dar preferência a produtos integrais e fontes de fibras (três a quatro porções de frutas, legumes e verduras, massas e pães integrais, farelo de trigo e de aveia, entre outros);

– Utilizar gorduras de boa qualidade, como azeite de oliva, oleaginosas (nozes, castanhas, amendoim, amêndoas, etc), além de peixes e sementes, que são ricos em ômega-3;

– Evitar as carnes processadas e curadas (salsicha, linguiça, presunto, mortadela, hambúrguer)

– Evitar o consumo de bebidas alcoólicas, que podem aumentar os triglicerídeos;

– A suplementação com ômega-3 (2-4 g/dia) pode ser recomendada para controle de hipertrigliceridemia grave (> 500 mg/dL), como parte do tratamento, a critério médico

– Vale lembrar que equilíbrio e moderação são sempre bem-vindos, bem como a consulta com médico e nutricionista para uma orientação personalizada e sem restrições exageradas.

Este texto foi produzido pelo Nutritotal em uma parceria exclusiva com VEJA SAÚDE

Por: Dan L. Waitzberg e Renata Gonçalves, da Nutritotal*

Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia

Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia

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