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Não há redução do desempenho com a exclusão do glúten, diz nutricionista

Banner de dentro dos postsEspecialista cita quais alimentos são permitidos e proibidos aos celíacos e destaca
que é importante ter cuidado na dieta para garantir energia e nutrientes nos treinos

A doença celíaca é uma doença autoimune desencadeada pela ingestão de cereais que contêm glúten por indivíduos geneticamente predispostos. É mais frequente em mulheres do que homens e predominantemente em pessoas de cor branca. O glúten é a fração proteica encontrada no trigo, centeio, cevada, malte, aveia e em seus derivados. O contato do glúten com as células do intestino delgado provoca uma resposta imune com produção de anticorpos, agredindo e danificando as vilosidades do intestino delgado, prejudicando a absorção dos alimentos.

ATLETAS CELÍACOS APRESENTAM REDUÇÃO NO DESEMPENHO PELA RETIRADA DO GLÚTEN DA ALIMENTAÇÃO?

saco-de-batatas-batata-object-saudavel_3198529Não há redução do desempenho com a exclusão do glúten na dieta. O importante é que seja feita a substituição por outros carboidratos (batatas, tapioca, fécula de batata, farinha de arroz, tapioca, bolachas de arroz) como fonte energética. É preciso cuidado com a alimentação do dia a dia para fornecer energia e nutrientes básicos para saúde e prática esportiva, com hidratação, alimentação pré, durante e após o treino dependendo da modalidade esportiva e duração do treino. Confira as listas abaixo:

Alimentos proibidos:
Trigo (farinha, semolina, germe e farelo), aveia (flocos, farelo e farinha), centeio, cevada (farinha), malte (produto da fermentação da cevada, pode estar associado como ingrediente de vários produtos como achocolatados).

Carboidratos permitidos e substitutos:
Arroz (farinha de arroz, creme de arroz (pó), arroz integral em pó e seus derivados), milho (fubá, farinha, amido de milho – maisena – , flocos, canjica e pipoca), batata (fécula ou farinha, mandioca ou aipim (fécula ou farinha, tapioca, polvilho doce ou azedo, macarrão de cereais (arroz, milho e mandioca), cará, inhame, araruta, sagu, trigo sarraceno

CUIDADOS QUE INDIVÍDUOS OU ATLETAS CELÍACOS DEVEM TER AO COMER FORA DE CASA

A indústria foi muito rápida em atender as necessidades de produtos que não contenham glúten e vem fabricando muitos produtos como pães, biscoitos e farinhas. Nossa legislação e os rótulos estão mais claros; quanto à composição do produto. É preciso estar atento à leitura dos ingredientes e carregar sempre na mochila produtos para lanches intermediários que já seja do seu hábito.

Em restaurantes o maior cuidado é a contaminação cruzada. Faça a opção por alimentos mais simples, com menos ingredientes na elaboração e sem molhos, como saladas, legumes e verduras refogados ou cozidos, arroz ou hortaliças C (batatas, aipim, inhame) e carnes grelhadas. Questione antes o garçom para saber se há algum alimento adicionado indevidamente, explique sua condição celíaca e riscos à saúde.

SINTOMAS, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

39-glutenOs sintomas variam para cada pessoa, os mais comuns são diarreia crônica, inchaço do abdômen, anemia, vômitos, enxaqueca, perda de peso ou obesidade, atraso no crescimento, alteração no humor, osteoporose/osteopenia, além de unhas e cabelos quebradiços

O diagnóstico é baseado no exame clínico, análise laboratorial de marcadores no sangue e histopatológica do intestino. Como diagnóstico final deve ser realizada biópsia intestinal que revela se há atrofia das vilosidades, alongamentos de criptas e aumento dos linfócitos intraepiteliais.

O tratamento da doença celíaca é fundamentalmente dietético, através da exclusão dos alimentos que contenham glúten. É preciso cuidado com o consumo de produtos industrializados, pois podem conter glúten: cafés instantâneo, achocolatados, sopas, embutidos, maionese, molhos, queijo fundido, cerveja, uísque, gin, entre outros. Portanto, a leitura dos rótulos e a descrição dos ingredientes são fundamentais para manutenção da saúde.

PREOCUPAÇÃO COM A CONTAMINAÇÃO

downloadNão podem ser utilizados utensílios em produtos que tenham glúten na preparação de alimentos para celíacos pelo risco de contaminação cruzada. Ela pode ocorrer pela manipulação de alimentos nas mesmas áreas e pela mesma pessoa, utensílios (batedeiras, potes, torradeiras, talheres, forno), reaproveitamento de óleo de fritura, durante o plantio, colheita, armazenamento, industrialização, transporte e comercialização do produto.

A aveia é um exemplo deste tipo de contaminação. Originalmente, ela não tem glúten, entretanto é cultivada em processo de rotação, onde em cada temporada alternam plantação de trigo, centeio ou cevada, que são fontes de glúten. Para a aveia não conter glúten, além de não ser plantada no mesmo solo, não pode sofrer contato em nenhuma fase do produção (colheita, moagem, armazenamento, transporte) com cevada/centeio/ trigo/malte.

Portanto, se for comprada uma aveia de produção tradicional, não poderá ser consumida por indivíduos alérgicos, intolerantes ou sensíveis ao glúten. Já encontramos nas lojas aveia sem glúten, com cuidados especiais durante a produção para não haver contaminação.

Por Cristiane Perroni
Rio de Janeiro

Fonte: CRISTIANE PERRONI

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Nutricionista formada pela UFRJ e pós-graduada em obesidade e emagrecimento. Tem especialização em nutrição clínica pela UFF, especialização em nutrição esportiva pela Universidade Estácio de Sá e trabalha com consultoria e assessoria na área de nutrição.

Transcrito:http://globoesporte.globo.com/eu-atleta/nutricao/noticia/2016/07/nao-ha-reducao-do-desempenho-com-exclusao-do-gluten-diz-nutricionista.html

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