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Via de parto não define se ele será humanizado, e sim, a escolha da equipe de saúde

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O que se entende por parto humanizado?

Via de parto não define se ele será humanizado, e sim, a escolha da equipe de saúde

O conceito de humanização na área da saúde, em especial quando falamos em gestação e tipos de parto, vem sendo divulgado de maneira contraditória. Muitos defendem que o parto humanizado é o realizado em casa, na banheira e com a ajuda de uma doula. Porém, esse movimento não leva em consideração o ambiente arriscado em que o bebê nascerá.

O Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia (ACOG), em recente artigo publicado na edição de novembro do Obstetrics & Gynecology, “Immersion in Water During Labor and Delivery”, defende que o trabalho de parto na banheira trás muitos benefícios para as mães e bebês, porém, o parto precisa ser feito fora do ambiente aquático. “A imersão em água durante a primeira fase do trabalho pode oferecer alguns benefícios. Ele pode encurtar trabalho e está associada a uma diminuição do uso de epidurais. No entanto, é importante diferenciar entre trabalho de parto na água e parto na água. Não há nenhuma evidência científica que nos faça acredita que o parto na água traga benefícios para o bebê”, disse Joseph R. Wax, presidente do Comitê do ACOG.

Uma cesárea ou um parto normal podem sim ser humanizados quando realizados por uma equipe de saúde bem treinada e preocupada com o bem estar da mãe e do recém-nascido. “O que explicamos para as mães desde a primeira consulta do pré-natal é que faremos o que for melhor para a segurança do bebê e da mãe. Ele pode ser normal, com ou sem analgesia e, se necessário, ou se for a opção da gestante, uma cesárea. Importante ressaltar que a via e o local do parto não fazem dele mais ou menos humanizado. A humanização está relacionada com um bom atendimento, boas práticas, respeito ao paciente, assegurando o bem-estar da mãe e do recém-nascido”, explica a ginecologista e obstetra, Dra. Ana Lucia Beltrame.

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O parto domiciliar, feito dentro d’água em banheiros ou piscinas de plástico, acabam por criar um cenário propício para infecções, pois o bebê poderá nascer em um meio rico em bactérias. De acordo com o artigo publicado pelo ACOG, o bebê pode ter ainda dificuldades para manter a temperatura corporal, maior chance de danos no cordão umbilical e dificuldades respiratórias caso o bebê inale água da banheira. “No hospital, temos uma estrutura pensada para chegada da criança e, além disso, preparada para qualquer complicação que venha a surgir, desde uma intervenção cirúrgica até a necessidade imediata de ir para incubadora. Não é porque o parto é hospitalar, que ele deixará de ser humanizado”, finaliza Dra. Ana Lucia Beltrame.

Sobre Dra. Ana Lucia Beltrame

Médica formada pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo. Especializou-se em Ginecologia e Obstetrícia fazendo residência médica no Hospital das Clínicas na Universidade de São Paulo. Realizou sua pós-graduação como mestra em ciências na Universidade de São Paulo, tornando-se especialista na área de Reprodução Humana. Também é especialista em laparoscopia e histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Anualmente participa de congressos internacionais e é Membro da ASRM (American Society for Reproductive Medicine) e da ESHRE (European Society of Human Reproduction and Embriology).

Informações à imprensa:
Rojas Comunicação
(11) 3675-4940
Natália Mancio – natalia@rojascomunicacao.com.br

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